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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Anamorfismo, o que é?

Anamorfismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Anamorfismo é um conceito que deriva inicialmente da geologia. Entretanto, devido à própria natureza do conceito, estendeu-se para outras áreas adquirindo diversas acepções.

Trata-se de uma condição do real, esteja ele relacionado à matéria ou não, como expressão de características físico-químicas no devir natural (processos geológicos, por exemplo). Apesar disso, o consumo do termo e do conceito é quase que completamente subordinado às artes planas e reflexões, mensagens ocultas, brincadeiras, pinturas em capelas, etc. Mas é um conceito denso, amplo e genérico, aplicável em diversos campos.
Uma anotação para o radical grego ana encontrado na literatura é . Os colchetes utilizados são conhecidos como colchetes lente, uma vez que anamorfismo é algumas vezes utilizado no sentido de lente (óptica). Anamorfose, do grego, "formado de novo".
Segundo o iDicionário Aulette:

''a.na.mor.fis.mo:

sm.

1. Geol. Processo metamórfico caracterizado pela formação de rochas de composição complexa, que se realiza em grandes profundidades

Ainda segundo o mesmo dicionário:

''A.na.mor.fi.co:

adj.

denominação dos cristais que apresentam o núcleo invertido quando em posição estável. F. gr. Ana (para cima) lmorphe (forma) -fico.

Dessa forma, pode-se compreender que um processo de transformação, distorção, recombinação, aumento de complexidade, fusões e etc. são processos que ocorrem naturalmente, mas também de forma induzida. Essa gama de interpretações pôde ser absorvida por diversas áreas, como a biologia,[1] o cinema, as artes planas, a arquitetura, etc.

Uma interpretação e uso importantíssimo do termo é a sistêmica, uma vez que dá respaldo e influencia no desenvolvimento humano em geral.

Categorias de uso

Materialidade

Uma das suas características intrínsecas é a contiguidade. Dessa forma, aplica-se a qualquer situação onde a base constitutiva transfere suas características para a constituição geral, assemelhando-se neste caso, às fractais. Por exemplo: o carbono tem a propriedade de formar poderosas ligações químicas e conectar-se com diversos elementos químicos; O carvão ativado também, e dessa forma funciona como poderoso filtro químico. Outro exemplo: os metais são bons condutores em escala atômica, à exceção da formação de ligas mais elaboradas, mantém suas características na macro-escala.
Visual










Cinemascope: processo de compressão anamórfica, depois projetado por anamorfoscópio, que recupera a forma original na tela do cinema.


Trabalho de M. C. Escher apresentando aspectos de transições fractais, logarítmicos (anamorfose de reflexão esférica), correspondentes ao Floco de Koch
Floco de Koch

Um exemplo da aplicação do anamorfismo na internet são as chaves de segurança, que só podem ser interpretadas por seres humanos (para confirmar usuários e barrar robôs, por exemplo), já que atualmente não existem robôs que interpretem uma malha distorcida anamorficamente e aleatoriamente, mas que são entretanto, legíveis ao cérebro humano.

Outra característica de uma de suas acepções é a transição, que está quadridimensionalmente determinada. Mesmo em espelhos, o processo ocorre temporalmente (no limite da luz), ao ser transferido de um substrato origem para um substrato destino, normalmente, o olhar ou a câmera.

Um exemplo bem conhecido mas pouco relacionado é o mapa-mundi. A representação dele planificada é uma anamorfose da esfere, onde matematicamente, as bordas superior e inferior não são matematicamente descritíveis no processo, (deve haver uma linha-limite inexistente) pois um ponto não pode ser planificado.

Uma projeção ou perspectiva distorcida; principalmente, uma imagem decomposta e/ou recomposta (e vice-versa) através da reflexão e/ou projeção distorcida; um processo de transição entre imagens em planos distintos e a percepção humana, sejam elas reais ou simulacros, até que torne-se inteligível e familiar. Uma ilusão de ótica.

Árvore da categoria:

entidade
╚objeto, objeto físico
╚artefato
╚criação
╚representação
╚cópia
╚anamorfose, anamorfismo

Geológico


Cristal de Sulfato de cobre. Os ângulos do cristal bruto correspondem à geometria da organização atômica.

Metamorfismo que ocorre naturalmente abaixo da camada superficial da Terra, onde minerais simples são transformados em minerais complexos.

s.m. Minas: Metamorfismo construtivo das rochas, caracterizado pela formação de minerais complexos, à custa de outros de composição mais simples.

Árvore da categoria:

fenômeno
╚processo
╚processo natural; ação natural; atividade
╚processo geológico
╚metamorfismo
╚anamorfismo

Biológico

Metacarpos de mamíferos

A evolução e o surgimento de novas espécies se dá através dos sucessos relativos nas alterações no genótipo, que se expressa em um fenótipo. Este pos sua vez, apresenta-se como uma deformação anamórfica, em suas transições suaves ou bruscas das formas e funções existentes, ou ainda, na expressão resultante do anamorfismo do gene, que pode resultar em uma forma ou função inesperada. Evidentemente, tais alterações também são responsáveis pelo fracasso de espécimes ou da espécie inteira no processo ecológico.

Tal abordagem pode incluir tanto no sentido geométrico-orgânico quanto o sentido funcional, sistêmico, evolutivo, filogênico e ecológico.

Árvore da categoria:

fenômeno
╚processo
╚processo orgânico, processo biológico
╚evolução; filogenia; filogênese
╚anamorfose, anamorfismo

Arquitetura e urbanismo

Ginger and Fred, em Praga: distorção arquitetônica de Frank Gehry, estilo deconstrutivista.

• Urbanisticamente falando, o anamorfismo se dá tanto nos planos construtivos, quanto nos mapas sociais individuais descritos inicialmente por Ane Cauquelin ou na noosfera urbana, onde a cidade é uma conformação de diversos mapas cf. os "reais" existentes para cada grupo. Assim, a cidade "desdobra-se" e toma a forma da projeção dos habitantes, em seus modos diversos.
• Arquitetonicamente, o processo de transição do modernismo para o deconstrutivismo (ou supermodernismo ) por exemplo, é um processo, em parte, anamórfico, pois os elementos desdobram-se, perpetuam-se, florescem, repetem-se, fragmentam-se em processos de pequena e ampla escala, o que é em termos geométricos, resultado de uma conjunção de fatores culturais, gerando dessa forma não um estilismo raso, mas um profundo processo de transformaçao do espaço urbano que vem da base da psique humana, e portanto, de uma escala constituinte para uma escala constituída. A arquitetura barroca também é um forte exemplo do processo.

fenômeno
╚processo
╚processo sobredeterminado
╚processo psicológico, representativo, econômico, estrutural, simbólico, artístico
╚anamorfoses, anamorfismos

Computacção
(…)

Quadridimensional

Distorção da imagem deslocada no tempo, ou ainda, da animação (filme, desenho, etc). O nome é Anamorfose Cronotópica. Veja um exemplo em vídeo Conforme publicado por Arlindo Machado (vide Bibliografia), a Anamorfose Cronotópica é um processo que integra a distorção espacial ao longo de um período de tempo, e é, portanto, quadridimensional.

fenômeno
╚processo
╚processo técnico
╚animação, edição de vídeo
╚anamorfose, anamorfismo

Comentários

A teoria de Gaia também apresenta aspectos semióticos que deságuam no anamorfismo ou anamorfose biológicas. Devido às características do verbete, pode-se aplicá-lo na interpretação do processo de desenvolvimento biológico rumo à artificialidade como uma transição anamórfica, estrutural, material e informacional, uma vez que além destes processos apresentarem diversas características dos processos anamórficos combinados, apresentam também comportamentos fractais, retirando de certa forma, algumas destas questões do domínio exclusivo da semiótica.
Referências

1. ↑ seg. Babylon

Ligações externas

• Word Reference.com
• Glossary.com
• anamorfoses.blogspot.com
• geo-carto.blogspot
• Site Oficial de M. C. Escher

Bibliografia

• PESTANA, Flávio Bonfim. Dicionário Completo da Língua Portuguesa - Folha da Tarde (3a. ed.). São Paulo: Melhoramentos, 1994.
• ARANTES, Otilia. O Lugar da Arquitetura depois dos Modernos, Edusp, 1995.
• DOCZY, Gyorgy. O Poder dos Limites, Mercuryo, 1990.
• CAUQUELIN, Ane. A Invenção da Paisagem, Martins Fontes, 2007
• MACHADO, Arlindo. Máquina e Imaginário, Edusp, 1993.
• MACHADO, Arlindo . Chronotopic Anamorphosis or the Visual Representation of Time and Movement. 1998

Ver também

O Wikimedia Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre
Anamorfismo

• Deconstrutivismo
• Noosfera
• Infosfera
• Meme
• Inconsciente coletivo
• Escher
• Geografia
• Deleuze

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anamorfismo


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Edgar Mueller: o pintor que usa o 3D nas ruas

Edgar Mueller: o pintor que usa o 3D nas ruas

Edgar Müeller faz arte em terceira dimensão nas ruas da Alemanha
Nenhum museu abre espaço para estas obras gigantes de 150 metros quadrados. Mas as criações desse pintor já se espalharam pela internet, com trabalhos na Grã-Bretanha, na Irlanda e no Canadá.



Em Becheln, um vilarejo de 840 habitantes no interior da Alemanha, uma orquestra medieval de trombetas anuncia a chegada do exército romano. Uma vez por ano, os valentes moradores entram na máquina do tempo e passam o dia vivendo como antigamente.

Há 500 anos, artistas passavam pela cidade e deixavam seus traços refinados gravados na rua. Edgar Müeller é o herdeiro dessa tradição.
Nenhum museu abre espaço para estas obras gigantes de 150 metros quadrados. Mas as criações desse pintor já se espalharam pela internet, com trabalhos na Grã-Bretanha, na Irlanda e no Canadá.


Para quem não quer enxergar, é só um monte de tinta e uma figura deformada no chão. Na verdade, é uma obra de arte em que o observador participa. Quem olha da maneira certa é transportado imediatamente para um mundo de sonhos. É possível viajar montado em um animal pré-histórico, nesse pedaço de asfalto transformado em outro universo.

O efeito de 3ª dimensão só é percebido a partir de um ponto específico, onde Edgar instala um tripé com uma câmera e uma lente de observação. A reação do público é sempre a mesma. O desinteresse vira curiosidade, que se transforma em entusiasmo. E de repente: o espanto e o encantamento.

Esse mágico das tintas já fez surgir uma caverna em pleno centro de Londres. Na cidade canadense de Moose Jaw, uma imensa cachoeira desafiou a coragem dos moradores. E, em cinco dias de trabalho, Edgar fez baixar a temperatura, e trouxe de volta a era do gelo para o litoral da Irlanda. Os irlandeses se viram à beira do abismo, ou então ganharam o poder de caminhar sobre o vazio.

Edgar diz que utiliza uma técnica chamada anamórfica, que já era usada por Michelangelo e Leonardo da Vinci na pintura de murais. O resultado é capaz de nos deixar duvidando dos próprios olhos. É ao mesmo tempo arte e diversão. Todo mundo pode olhar, pisar, participar, viajar. Com aquela velha desculpa de "levar as crianças para brincar um pouquinho", os adultos brincam ainda mais.
A notícia de que um pterossauro pousou no vilarejo corre rápido. E todos correm para ver. Porque os sonhos de Edgar Müeller só duram até a próxima chuva.



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