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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Quadros de Bob Dylan inspirados no Brasil recebem fortes críticas

06/09/2010 - 11h08




DA FRANCE PRESSE, EM COPENHAGUE

A crítica foi severa com a exposição dos novos quadros do cantor americano Bob Dylan, inaugurada no sábado no Statens Museum for Kunst de Copenhague, considerando que não merecem ser exibidos no maior museu da Dinamarca.

A exposição, intitulada "The Brazil Series", inclui cerca de 40 pinturas em acrílico e oito desenhos sobre o Brasil, realizados entre 2009 e março de 2010 a pedido do museu e expostos pela primeira vez.

Nos principais jornais do país, os especialistas não economizaram críticas à obra plástica do músico, como o Berlingske Tidende, que considera que "quando se fala de música, Bob Dylan é um dos grandes, o Picasso do século 20, mas este não é o caso com sua pintura".
Uma das duas favelas retratadas por Dylan, a obscura Villa Broncos é citada no catálogo como sendo carioca


Dylan expõe no Statens Museum for Kunst "não porque suas telas sejam boas, mas sim porque é o Bob Dylan", indica o crítico.

O jornal Politiken também é duro e se pergunta "se esta exposição é interessante para aqueles que não cultuam Bob e tudo o que ele faz".

O jornal econômico Boersen criticou a direção do museu por "colocar os ganhos financeiros à frente da avaliação artística", considerando que o simples nome de Dylan "faça com que um grande público compareça".

O professor de História da Arte Peter Brix Soendergaard, entrevistado pelo jornal Information, considera que "Bob Dylan pinta como qualquer amador, utilizando um estilo figurativo um tanto pesado. É o que chamávamos antes um pintor de domingo".

Só a revista semanal Weekendavisen é um pouco mais suave em sua crítica, ressaltando que "Dylan não é um grande pintor, mas é interessante porque não é pretensioso e tem um olhar para o drama".

Respondendo às críticas, o diretor do museu, Karsten Ohrt, negou que tenha feito uma exposição de Dylan somente com fins econômicos.

"Acreditamos que Dylan é um pintor de qualidade e suscita grande interesse entre os pintores e colecionadores dinamarqueses", declarou nas páginas do Politiken.



“Vivemos graças ao caráter superficial de nosso intelecto, em uma ilusão perpétua. Para viver necessitamos da arte a cada momento, nossos olhos nos retêm formas, se nós mesmo educarmos gradualmente esse olho, veremos também reinar em nós uma força artística, uma força estética”.Nietzsche


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