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sábado, 3 de abril de 2010

Picasso raramente visto pode atingir R$ 141 milhões em leilão nos EUA

03/04/2010 - 15h19

Picasso raramente visto pode atingir R$ 141 milhões em leilão nos EUA

CHRISTOPHER MICHAUD
da Reuters, em Nova York

Uma das coleções artísticas mais valiosas já levadas a leilão, tendo como carro-chefe um Picasso de U$ 80 milhões (cerca de R$ 141 milhões), será vendida em maio, num sinal de que o mercado da arte pode em breve voltar a flertar com os níveis recordes vistos antes da crise financeira de 2008.

A estimativa conservadora da casa Christie's para as 50 obras do espólio de Sidney Brody, filantropa de Los Angeles morta em novembro, é de mais de U$ 150 milhões (R$ 264 milhões).

A Christie's também é responsável atualmente por outra coleção de prestígio, com mais de 100 obras, deixada pelo falecido romancista Michael Crichton.

A coleção de Brody é voltada para a arte moderna e foi construída principalmente na década dos anos 1950. A peça mais importante é a tela "Nu, Folhas Verdes e Busto", um grande retrato que Pablo Picasso fez em 1932 de sua amante Marie-Therese Walter. O casal Brody adquiriu a tela diretamente do agente do pintor espanhol, em 1951, por U$ 19,8 mil (R$ 34,84 mil). A obra não é vista em público há quase 50 anos.

A casa de leilões prevê que essa tela arrecade de U$ 70 milhões (R$ 123 milhões) a U$ 90 milhões (R$ 158,4 milhões), o que a colocaria entre as mais caras do mestre do cubismo. Em 2004, sua obra "Menino com Cachimbo" foi vendida por U$ 104,1 milhões (R$ 183,2 milhões); em 2006, "Dora Maar com Gato" saiu por um pouco mais de U$ 95 milhões (R$ 167,2 milhões).

Reprodução


O quadro "Nu, Folhas Verdes e Busto", de Picasso, é a peça mais importante do leilão que ocorrerá em Nova York


O mercado da arte ficou animado com a venda, em fevereiro, de uma escultura em bronze de Giacometti, "Homem Andando, Eu", por U$ 104,3 milhões (R$ 183,5 milhões), o que gerou a expectativa de que obras de grande valor e raramente disponíveis possam novamente atingir preços estratosféricos.

A coleção de Brody inclui também uma peça de Giacometti, "Grande Tête de Diego", estimada em de U$ 25 milhões (R$ 44 milhões) a U$ 35 milhões (R$ 61,6 milhões), e um nu de Matisse que pode chegar a U$ 30 milhões (R$ 52,8).

Na coleção de Crichton, o principal item é uma obra da famosa série "Flag", de Jasper Johns, criada entre 1960 e 1966. O autor de "Parque dos Dinossauros" e criador da série "ER" adquiriu essa tela do próprio artista em 1973 e a manteve no seu quarto até morrer, em 2008.

Crichton não se considerava um colecionador sério, e certa vez escreveu: "Só comprei imagens que eu gostava de olhar".

Mas Brett Gorvy, vice-presidente da Christie's para as Américas, disse que o escritor era um "colecionador muitíssimo versado" no assunto, ainda que discreto.

Gorvy acrescentou que Crichton e Johns eram muito amigos. A casa estima que a peça chegue a de U$ 10 milhões (R$ 17,6 milhões) a U$ 15 milhões (R$ 26,4 milhões), ainda refletindo a reacomodação do mercado --obras de Johns já foram vendidas por cerca de U$ 110 milhões (R$ 193,6 milhões) no mercado particular.

A coleção de Crichton, que também inclui obras de Picasso, Andy Warhol e Roy Liechtenstein, deve chegar a pelo menos U$ 50 milhões (R$ 88 milhões) a U$ 75 milhões (R$ 132 milhões).


http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u715843.shtml



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