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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Portinari furtado teve verso raspado para dificultar identificação

02/08/2010 - 14h07
Portinari furtado teve verso raspado para dificultar identificação

FÁBIO GUIBU
DE RECIFE

O quadro "Enterro", de Cândido Portinari (1903-1962), furtado do MAC (Museu de Arte Contemporânea) de Olinda (PE) em 14 de julho e recuperado sábado, no Rio de Janeiro, sofreu uma descaracterização no seu verso para dificultar a origem da obra.

Segundo o delegado da Polícia Civil de Pernambuco responsável pelo caso, Manuel Martins, os ladrões rasparam a parte de trás do quadro para apagar possíveis inscrições que identificassem o seu proprietário e aumentar, assim, a possibilidade de venda.

A pintura --um óleo sobre madeira medindo 24,5 cm x 33,5 cm, avaliada em até R$ 1,2 milhão-- não sofreu danos. Ela está sendo examinada pelo Instituto Cândido Portinari e pela Polícia Federal, no Rio, e será devolvida ao MAC possivelmente ainda este mês.

Reprodução


Quadro "Enterro", de Portinari, sofreu uma descaracterização no seu verso para dificultar a origem da obra

Dois homens foram presos, suspeitos de envolvimento no furto. Com um deles, Leonardo Jorge da Silva, 25, preso sábado, os policiais encontraram, além do Portinari, 50 litogravuras que são suspeitas de terem sido furtadas da Universidade Federal Fluminense.

Ouvido pela polícia no Rio, ele não informou se foi o autor do furto e disse que só falará em juízo. Leonardo Jorge foi denunciado por outro suspeito, preso três dias antes, Leonardo Bispo da Silva. Ele afirmou à polícia que foi contratado para procurar um comprador para a obra.

Bispo disse que Leonardo Jorge estava com o quadro em São Paulo, mas que retornaria ao Rio no sábado. No local indicado, policiais civis e federais prenderam o suspeito e recuperaram a pintura.

Segundo o delegado, o próximo passo das investigações é encontrar uma relação entre as impressões digitais descobertas no local do furto e as dos presos, que não coincidem.

Marcas de um dedo foram encontradas em uma fita adesiva vermelha usada pelos ladrões para prender a moldura vazia do quadro furtado atrás de um tapume de madeira no museu.

O furto do Portinari só foi descoberto quando um segurança levantou o tapume para fechar uma janela e a peça caiu no chão. A polícia já teria identificado de quem são as digitais do adesivo, mas não divulgou o seu nome.

O quadro "Enterro" foi pintado em 1959 e faz parte da fase conhecida como "série azul" de Portinari. A pintura integrava a coleção do escritor e jornalista Assis Cheteaubriand (1892-1968) e foi doada para compor o acervo que deu origem ao museu, em 1966.

Fechado desde o dia 15 de julho, o MAC, com acervo de aproximadamente 4.000 peças, será reaberto no próximo dia 26, com segurança dobrada e vigilância eletrônica.

Vocês são realmente excepcionais! A gente que lida com arte que passamos por diversos tipos de exposições, o resultado do que eu falo ou faço é proporcional a participação de vocês. Alexandre Fester.



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