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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Exposição em São Paulo faz balanço da arte construtiva no Brasil

Exposição em São Paulo faz balanço da arte construtiva no Brasil

EUCLIDES SANTOS MENDES
DE SÃO PAULO

Com obras de Max Bill, Almir Mavignier e Alexandre Wollner, a mostra "60 Anos de Arte Construtiva no Brasil" (Dan Galeria, em São Paulo, até 30/10) avalia o impacto do construtivismo na formação da arte moderna brasileira.

Veja galeria com imagens de obras expostas

De acordo com o crítico Paulo Sergio Duarte, "a arte construtiva, ou construtivismo, surge na Rússia revolucionária, entre 1918 e 1934, e procura unir as mais avançadas pesquisas estéticas da época à arquitetura e ao design, desde móveis, máquinas, utensílios até a indumentária; é particularmente relevante sua contribuição ao design gráfico".

Fundador da Escola Superior da Forma de Ulm, na Alemanha, o principal centro da arte concreta europeia, e considerado o introdutor desta vertente no Brasil, o artista plástico suíço Max Bill (1908-94) tornou-se uma referência desde que chegou ao país, há 60 anos. Para Duarte, "a presença de Bill e de suas obras num país do Terceiro Mundo, em 1950, funcionou muito mais como avalista de ideias em curso e acelerou processos que deram uma nova densidade à arte moderna no Brasil". Duarte avalia que a exposição do suíço, em 1950, no Masp, "foi muito importante para acelerar um processo que já estava em constituição no Brasil e que tomou formas visíveis em São Paulo e no Rio de Janeiro, com a constituição de grupos que se afinaram com os mesmos princípios básicos".

Artistas como Alexandre Wollner e Almir Mavignier foram diretamente influenciados por Bill e pelo que ele trouxe de novidade ao país: o construtivismo. Segundo o crítico Lorenzo Mammì, a arte construtiva "lida com a estrutura das imagens, independentemente de um referente exterior ou da expressão de um sentimento determinado".

A ligação de Bill com Wollner e Mavignier completa-se em Ulm, onde os dois últimos estudaram. "Mavignier chegou a ser diretor da escola e desenvolveu toda sua carreira na Europa. Wollner voltou e foi determinante para o desenvolvimento de um design moderno no Brasil", diz Mammì.


“Vivemos graças ao caráter superficial de nosso intelecto, em uma ilusão perpétua. Para viver necessitamos da arte a cada momento, nossos olhos nos retêm formas, se nós mesmo educarmos gradualmente esse olho, veremos também reinar em nós uma força artística, uma força estética”. Nietzsche


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