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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Figuras de costas são tema de exposição

8/07/2012 - 04h24

Figuras de costas são tema de exposição



SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO


Estão todos de costas. Uma mulher nua refestelada na cama, um homem num turbilhão de movimento, pescadores fitando o horizonte, cavalos numa praia estranha.

São personagens de obras do século 19 até hoje, juntas numa mostra em cartaz no Museu Lasar Segall, em São Paulo. O único critério para a seleção era que as figuras estivessem de costas para o espectador, mergulhadas na própria solidão ou alheias ao fato de serem observadas.
Nisso, estilos e escolas se misturam num contraste entre tempos e proposições.
Divulgação
"Perfil de Zulmira", de Lasar Segall
"Perfil de Zulmira", de Lasar Segall

Uma tela clássica de Rodolpho Amoedo, pintor acadêmico que viveu no Rio na virada do século 19 para o 20, mostra uma mulher nua, de curvas lustrosas, deitada sobre uma montanha de lençóis em seu ateliê, segurando na mão um leque japonês.

Essa tela do Museu Nacional de Belas Artes do Rio, pouco vista em São Paulo, serve de síntese da mostra.
Isso por dois motivos. Amoedo sujeita o academicismo da época a arroubos do realismo burguês que aprendeu em Paris, sem contar o aceno ao japonismo dos impressionistas. Também por juntar na figura nua ali deitada uma série de suposições sobre alguém de costas, um ar de mistério, tristeza, vulnerabilidade ou indiferença.

"É um tema muito comum a modelo jogada sobre o sofá, uma coisa exuberante", descreve Aracy Amaral, curadora da mostra. "É de uma sensualidade muito grande."
Menos sensual, Eliseu Visconti, que foi aluno de Amoedo, mostra duas figuras, um adulto e uma criança, olhando estáticos para o jardim de Luxemburgo, em Paris.

"Há um suspense, algo que intriga o observador, que é também voyeur", diz Amaral. "O mistério está sempre subjacente em figuras de costas."

Nesse ponto, uma gravura de Oswaldo Goeldi em que pescadores também fitam o horizonte parece complementar a noção de suspense.

Mais interessado em plasmar uma linguagem de vanguarda, um carvão da melhor fase de Anita Malfatti, entre 1915 e 1917, mostra um homem quase estátua retratado no gestual acelerado, convulsivo dos futuristas italianos.

Depois de seu retorno da Europa, em 1923, Lasar Segall emprestou contornos expressionistas a uma obra que já absorve as cores do Brasil. Seu "Perfil de Zulmira" mostra uma menina negra em vestes e ambiente cálidos.

EXERCÍCIOS DE OLHAR
QUANDO: todos os dias, das 11h às 19h; fecha às terças; até 21/10
ONDE: Museu Lasar Segall (r. Berta, 111, tel. 0/xx/5574-7322)
QUANTO: grátis



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Escavação descobre suposta 'Mona Lisa'

Escavação descobre suposta 'Mona Lisa'


Ossada foi encontrada sob piso de convento em Florença onde modelo de Da Vinci viveu até a morte, no século 16

Arqueólogo chefe do projeto é o mesmo que liderou busca por restos mortais de Caravaggio, mestre do barroco


DE SÃO PAULO

Uma equipe de arqueólogos afirmou ter encontrado, sob o piso de um convento em Florença, na Itália, o que seriam os ossos de Lisa Gherardini -a suposta modelo para a tela "Mona Lisa", de Leonardo Da Vinci.

Gherardini era casada com o mercador de seda Francesco del Giocondo -daí a pintura ser conhecida na Itália como "La Gioconda"-, e historiadores dizem acreditar que ela seria a moça retratada no quadro de DaVinci.

No ano passado, a equipe de arqueólogos começou a escavação no convento de Santa Úrsula, onde ela viveu até sua morte. Inicialmente, foi encontrada uma cripta em que Gherardini teria sido enterrada. Lá, os pesquisadores acharam um crânio aparentemente feminino e fragmentos de ossos.

As pesquisas chegaram a ser interrompidas por falta de verbas. Retomados os trabalhos, um esqueleto humano foi encontrado nesta semana. Cientistas farão testes para verificar se os ossos do esqueleto combinam com o crânio.

Será feito ainda um exame para comparar o DNA dos ossos com os dos restos mortais de dois filhos de Gherardini. A etapa seguinte será tentar reconstruir o rosto da mulher.

"Isso confirma a hipótese de que o convento de Santa Úrsula ainda tem ossos humanos, e não podemos excluir que entre eles estejam os de Lisa Gherardini", disse o arqueólogo Silvano Vinceti, segundo o "Daily Mail".

Vinceti já usara métodos similares na empreitada que resultou na descoberta do que seriam os restos mortais de Caravaggio, mestre do barroco italiano.
A princesa Natalia Gucciardini Strozzi, descendente de Gherardini, esteve presente no local das escavações.

Num primeiro momento, ela afirmara que a busca pelos restos era um sacrilégio. Diante das novas descobertas, no entanto, disse estar emocionada.



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