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sábado, 9 de outubro de 2010

0063. PAISAGEM

PAISAGEM


Alberto da Veiga Guignard
Paisagem de Ouro Preto, 1960 – Óleo s/tela
Prêmio da Crítica, 1960

Qualquer pintura ou desenho que represente um sítio campestre ou um acena da natureza. A pintura de paisagem originou-se quando os artistas decidiram substituir o fundo dourado ou a tapeçaria do segundo plano de suas obras por motivos inspirados nos vários elementos da natureza.
A antiguidade greco-romana praticou o gênero, de que existem belos exemplos nos afrescos de Pompéia e de Herculano. A Alta Idade Média desprezou a paisagem, que na China, contudo, encontrou grandes cultores em todas as fases de sua história artística. A partir de fins do séc. XIII os miniaturistas ocidentais começaram a decorar as páginas dos manuscritos com motivos que sugerem, timidamente, paisagens. Pintores italianos como Duccio, Giotto, Simone Martini e Ambrogio Lorenzetti preparam o campo para a vitória da paisagem, nos séculos vindouros. Ao N. da Europa, o mesmo se verifica com pintores como os irmãos lêem Limburg, os Van Eyck, Van der Goes.
Os renascentistas situaram suas cenas mitológicas em meio a quadros naturais puramente imaginários; Ghirlandajo, porém, reproduziu, em seus afrescos, recantos de Florença, enquanto Leonardo nunca se cansava de observar a natureza.

A paisagem no sentido atual da palavra começa no séc. XV, na Itália, com Paolo Uccello, Piero della Francesca. Masaccio e outros, para alcançar o apogeu no tempo de Rafael, Giogione e, sobretudo Ticiano. Nos Países Baixos, pelas mesmas épocas, artistas como Bosch, Bouts e Geertgen tot Sint Jans enchem de paisagens os fundos de seus quadros religiosos. Patenier é um pioneiro, mas somente com Elsheimer a Europa Setentrional ganhará seu primeiro legítimo paisagista.
Entre os grandes paisagistas flamengos e holandeses do séc. XVI e XVII devem ser citados Bruegel, Teniers, Momper, Paul Bril, Van Goyen, Ruisdael, Hobbema, Van de Velde, Rembrandt, Cuyp.
Um dos maiores paisagistas do séc. XVII na Itália são os franceses Poussin e Claude, apelidado Lê Lorrain. O primeiro cumulava suas paisagens de figuras mitológicas ou simbológicas, enquanto Lê Lorrain se fixava na paisagem, e só nela. Entre os paisagistas italianos do século seguinte estão Canaletto e Guardi. Figura de transição entre o séc. XVII e o XVIII é o francês Watteau.
Os principais paisagistas ingleses são Willson, que inaugurou o gênero em seu país, e acima de todos Constable e Turner.

Entre os paisagistas do séc. XIX avultam Delacroix, Coubert, os “paisagistas de Barbizon”: Corot, Théodore Rousseau, Millet, Díaz de La Pena, Daubigny, Harpignies, Jongkind e Boudin, bem como os impressionistas Monet, Sisley, Manet, Degas, Renoir, Cézanne, Van Gogh, Gauguin.
No séc. XX a paisagem continuou em voga, apesar do predomínio da arte não-figurativa.

Casa e Capela de Antônio Raposo Tavares.
Pintura de João Batista da Costa (Museu do Ipiranga, São Paulo).

Uma lista dos principais paisagistas brasileiros incluiria Batista da Costa, Eliseu Visconti, Benedito Calixto, Castagneto, Teles Júnior, Antonio Parreiras, Pancetti, Guignard, Lasar Segall e Alfredo Volpi.

Enciclopédia Barsa
Editor Willian Benton
Volume 10 página 195


“Vivemos graças ao caráter superficial de nosso intelecto, em uma ilusão perpétua. Para viver necessitamos da arte a cada momento, nossos olhos nos retêm formas, se nós mesmo educarmos gradualmente esse olho, veremos também reinar em nós uma força artística, uma força estética”. Nietzsche


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