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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

0018. Desenho de Uma Cabeça com Modelo Vivo

Desenho de uma cabeça com modelo vivo


As Figuras 21, 22 e 23 são expressivas, no que se refere ao aspecto de cada uma das fases do desenho de uma cabeça utilizando um modelo vivo.


Nelas podemos apreciar claramente o processo de sua construção, já estudado ao nos referirmos ao desenho de uma cabeça de gesso e nos cânones.
Como sempre, quando nos dispomos nos dispomos a desenhar uma cabeça de modelo vivo, começamos por traçar as diagonais, a fim de, em primeiro lugar, resolver o problema da apresentação e centralização correta do desenho.
A figura 23 põe-nos diante de um modelo no qual a cabeça predomina ao busto. É obra de um distinto estudante de desenho, e revela a notável sensibilidade de seu autor, assim como o seu incontestável domínio dos meios de expressão.
Ao dito aluno, impressionou-lhe fortemente o espírito a força construtiva da cabeça do modelo, assim como a sua expressão. Por isso prescindiu do desenho o busto, e centralizou o modelo de modo que o centro da oval do rosto coincide com o centro do papel
Para a realização da primeira etapa do desenho da cabeça do modelo vivo, seguiremos exatamente os passos indicados para o desenho da cabeça de gesso: uma vez traçada a oval, passaremos ao desenho do pescoço, estabelecendo-lhe o mais perfeitamente possível as proporções de largura e altura, comparando as medidas com as dadas anteriormente.
Desenhada esta parte, teremos estabelecido as massas mais importantes da obra. Observe-se que, antes de desenhar os detalhes, é necessário traçar as linhas auxiliares que indicamos na figura 21; destarte se colocarão corretamente os olhos, a boca, as orelhas, etc.


Repare-se que na figura 19 determinamos a oval mediante o conhecido procedimento geométrico; mas ao desenhar um rosto traçamos a mão livre, isto é, sem o auxílio de compasso ou qualquer outro instrumento, porque nossos olhos e mão já estão treinados para desenhá-lo com segurança e desenvoltura.
Desenhada a oval, traçamos a linha média e – como já explicamos – dividimo-la em quatro partes, de acordo com as proporções do modelo, a fim de situar convenientemente os olhos, o nariz, a boca, as orelhas, etc.
Chamamos particularmente a atenção do leitor para o fato de que essas linhas são sempre perpendiculares à linha mediana, de sorte que, se a cabeça está direita, elas serão horizontais; por outro lado, se a cabeça está inclinada, como o eixo está igualmente inclinado as linhas dos olhos, da boca, etc., cairão obliquamente.
Completamos, pois, a centralização e o esboço do modelo.
Em seguida cuidaremos de ajustar o mais corrente possível cada um dos detalhes, com p objetivo de não só lhes dar a colocação devida como também atribuir-lhe as suas características próprias.
Estamos em presença de um modelo cujos traços fisionômicos são a bem dizer grosseiros, podendo-se observar facilmente que o nariz é mais largo do que o comum, e achatado do dorso, sendo as orelhas também um pouco grandes, etc.
Tendo acentuado todos os pormenores, acrescentaremos ao desenho o tom mais forte do claro-escuro, como se vê na gravura. Nesta podemos notar que o lado esquerdo do rosto, assim como o mesmo lado do pescoço, está envolvido em intensa sombra (figura 22).

Nesta fase do desenho, no que se refere ao claro-escuro, cuidaremos particularmente de dar o tom de sombra dominante e as principais meias-tintas, reservando-nos para, na terceira etapa, reforçar os detalhes do modelado e assinalar a sombra projetada.
Uma terceira figura (23) nos mostra o desenho já concluído.


Nela podemos ver os traços firmes com que foram desenhados todos os planos que compõem a cabeça.
Como se pode observar, o foco de luz está colocado ao lado direito e por cima do modelo, de maneira que a frente é a massa mais luminosa, por estar mais perto do foco; vemos também que a massa do pescoço, por ser o ponto mais distante do foco de luz, está completamente envolta em tons sombrios e meias-tintas; não se vê no pescoço um só plano de luz intensa, precisamente por causa da distância a que ele se acha da mesma luz.
Por isso existem-rigorosamente ordenados em escalas tonais de claro-escuro – uma série de planos situados entre a fronte e o pescoço, ou seja, entre a maior intensidade de luz e de sombra. Ditos planos estão envoltos em suaves meias-tintas, que estabelecem a ligação, gradual dos dois extremos, modelando, ao mesmo tempo, delicadamente, todos os planos do rosto.
Assim como a meia-tinta suaviza completamente o modelado, colocou o autor do desenho uns traços sobre o fundo, para estabelecer mais completa unidade entre os tons do claro-escuro do modelado e o branco do papel do fundo. Fica o modelo – por assim dizer – sustentado pelo fundo. Resta dizer que o trabalho apreciado foi feito com lápis macio.



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