A exposição Guerra e Paz, de Portinari está aberta ao público até 21 de abril - com entrada gratuita - na Fundação Memorial da América Latina. É a primeira vez que os painéis "Guerra" e "Paz" são exibidos devidamente restaurados. A mostra, no entanto, é muito mais. Inclui os estudos do pintor para essa obra, que são pequenas obras primas. Além disso, há uma interface digital, com projeções e videos usando tecnologia de ponta (foto ao lado). Uma linha do tempo foi traçada, usando imagens em movimento, com a trajetória inteira do pintor, desde sua infância em Brodowski, SP. E o setor educativo, com visitas guiadas e uma programação de oficinas.
Guerra e Paz, de Portinari apresenta os dois últimos e maiores murais criados por Cândido Portinari (1903 - 1962), após minucioso trabalho de restauro, realizado entre fevereiro e maio de 2011, que trouxeram de volta às obras o cromatismo intenso que caracteriza o trabalho do pintor de Brodowski.
Os monumentais murais estão expostos junto a cerca de 100 dos estudos originais preparatórios para Guerra e Paz, além de uma centena de documentos históricos, entre cartas e fotos, que contam, em detalhes, toda a trajetória de criação das obras, encomendadas pelo governo brasileiro para presentear a sede da ONU, em Nova York. São exibidos continuamente documentários sobre a vida e a obra do pintor.
"É uma exposição histórica, sem precedentes, oportunidade única de ver Guerra e Paz no Brasil reunidos aos estudos, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Nem o próprio pintor teve a chance de ver todo este material em seu conjunto", afirma João Candido Portinari, filho do pintor, fundador e diretor geral do Projeto Portinari, ainda nos anos 80.
"É uma exposição histórica, sem precedentes, oportunidade única de ver Guerra e Paz no Brasil reunidos aos estudos, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Nem o próprio pintor teve a chance de ver todo este material em seu conjunto", afirma João Candido Portinari, filho do pintor, fundador e diretor geral do Projeto Portinari, ainda nos anos 80.
Para o Memorial, é significativo ter os famosos painéis, que há 54 anos estão em Nova York. O presidente do Memorial, Antonio Carlos Pannunzio ressalta a importância da exposição: “Essas obras falam tudo a respeito das aflições e da esperança que atormentam e acalentam a humanidade desde sempre e serão vistas por milhares. Sem dúvida, elas ajudarão o Memorial a cumprir sua missão de aproximar povos, especialmente povos latino-americanos, sobretudo se isso for feito sob a motivação maior – a busca da paz”.
Para o Secretário Estadual de Cultura Andréa Matarazzo, o Salão de Atos do Memorial é o lugar ideal para a dimensão física (14m x 10m) e emocional dos painéis. “Parece que esse espaço foi construído especificamente para isso”, diz, e brinca, “a próxima missão de João Candido será convencer a ONU que os quadros Guerra e Paz devem é ficar aqui Memorial”. Matarazzo ressalta a dedicação de Candinho em recuperar, cultivar, engrandecer e divulgar a memória e a obra do pintor: “Filho apaixonado, orgulhoso do trabalho do pai, João Candido faz da sua vida um verdadeiro sacerdócio em prol da propagação da obra de Portinari.” Quando se recorda que os painéis gigantesco ficavam inacessíveis ao público, em NY, assim como 95% da obra de Candido Portinari permanece trancada em coleções particulares, fica claro a importância desse trabalho.
Os painéis foram restaurados no primeiro semestre de 2011no Rio de Janeiro, em ateliê aberto ao público, montado no Palácio Gustavo Capanema, por iniciativa do Projeto Portinari. Antes disso, eles tinham ficado expostos no palco do Teatro Municipal carioca, entre 22 e 30 de dezembro de 2010. Mais de 40 mil pessoas foram visitá-lo!
Para o Secretário Estadual de Cultura Andréa Matarazzo, o Salão de Atos do Memorial é o lugar ideal para a dimensão física (14m x 10m) e emocional dos painéis. “Parece que esse espaço foi construído especificamente para isso”, diz, e brinca, “a próxima missão de João Candido será convencer a ONU que os quadros Guerra e Paz devem é ficar aqui Memorial”. Matarazzo ressalta a dedicação de Candinho em recuperar, cultivar, engrandecer e divulgar a memória e a obra do pintor: “Filho apaixonado, orgulhoso do trabalho do pai, João Candido faz da sua vida um verdadeiro sacerdócio em prol da propagação da obra de Portinari.” Quando se recorda que os painéis gigantesco ficavam inacessíveis ao público, em NY, assim como 95% da obra de Candido Portinari permanece trancada em coleções particulares, fica claro a importância desse trabalho.
Os painéis foram restaurados no primeiro semestre de 2011no Rio de Janeiro, em ateliê aberto ao público, montado no Palácio Gustavo Capanema, por iniciativa do Projeto Portinari. Antes disso, eles tinham ficado expostos no palco do Teatro Municipal carioca, entre 22 e 30 de dezembro de 2010. Mais de 40 mil pessoas foram visitá-lo!
Guerra e Paz são obras da década de 50 feitas especialmente para a sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York. Entre 1952 e 1956, Candido Portinari – um dos grandes artistas brasileiros do século passado – trabalhou sofregamente para atender o pedido do governo brasileiro. Apesar da recomendação médica que evitasse o uso de tinta a óleo, já que apresentava sintomas de intoxicação pelo chumbo presente no composto, Portinari encarou a encomenda como missão e criou um dos mais belos e impactantes testemunhos da loucura humana. Portinari retratou a guerra não por meio de soldados ou equipamento bélico, mas por meio das suas vítimas, especialmente aquela que sofre a dor maior: a mãe que perdeu o filho.
Portinari era um idealista. Como boa parte da intelectualidade e de artistas da sua geração, ele era comunista filiado ao PCB, por quem concorreu a deputado constituinte em 1945 e a senador em 1947. Sua insistência em presentear o mundo com a sua arte pungente, como que clamando por um tempo utópico em que não houvesse a exploração do homem pelo homem, custou-lhe caro. Portinari praticamente se auto-emulou por sua utopia, tornando-se, mais que um artista, um herói trágico de toda a humanidade. Guerra e Paz foram os últimos grandes painéis pintado por ele. Depois disso, adoeceu pouco a pouco até morrer em 1962, vítima das tintas que para ele eram uma arma.
Os quadros foram finalmente instalados em Nova York, em 1957, no hall de entrada da Assembleia Geral da ONU. Por ser comunista, Portinari não obteve autorização do governo americano para ir à inauguração da sua obra. Atualmente, por razões de segurança, o grande público não tem acesso ao local, apenas os políticos de todos os países do mundo. Recentemente, quando João Portinari soube que as instalações da ONU passariam por reforma entre 2010 e 2013, tanto fez que conseguiu a guarda da obra de seu pai por esse período. Era a oportunidade dos painéis Guerra e Paz percorrerem o mundo e finalmente serem conhecidos pelo povo. Em contrapartida, eles deveriam voltar devidamente restaurados, como previa o contrato entre a ONU e governo brasileiro dos anos 50. Para essa empreitada, João Candido obteve o apoio do governo brasileiro, por meio do BNDES, e de outras entidades públicas e privadas.
Segundo João Candido Portinari, depois de São Paulo Guerra e Pazdevem percorrer o mundo. Com o esperado apoio do Itamaraty, os painéis de Candido Portinari vão levar sua mensagem dramática e de esperança à cidade de Oslo, na Noruega, por ocasião da entrega do Prêmio Nobel da Paz, em dezembro de 2012. Em agosto de 2013, eles voltam para o hall da sede da ONU. Lá, a esperança é que sua missão seja completada, afinal, Portinari não retrata apenas a guerra, mas também um tempo de paz, no qual as crianças possam brincar e os adultos de todas as etnias possam trabalhar e viver - em paz.
Por Eduardo Rascov
Serviço:
Guerra e Paz, de Portinari
Exposição dos painéis pintados por Candido Portinari
Período: 7 de fevereiro a 21 de abril de 2012
Local: Fundação Memorial da América Latina,
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664,
nos seguintes espaços:
Salão de Atos, Galeria Marta Traba e Biblioteca Latino-americana Victor Civita.
Horário: terça a domingo, das 9h às 18h
Exposição dos painéis pintados por Candido Portinari
Período: 7 de fevereiro a 21 de abril de 2012
Local: Fundação Memorial da América Latina,
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664,
nos seguintes espaços:
Salão de Atos, Galeria Marta Traba e Biblioteca Latino-americana Victor Civita.
Horário: terça a domingo, das 9h às 18h
Visitas guiadas (a partir de 1º de março) para grupos e escolas devem ser agendadas pelo
e-mail: educativoguerraepaz@gmail.com
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