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sábado, 14 de junho de 2008

0013. Desenho de ânforas

DESENHO DE ÂNFORAS


As múltiplas aplicações da geometria nos permitem desenhar os modelos de ânforas, cujo conjunto oferecemos com seus respectivos traçados geométricos, a fim de facilitar a tarefa do desenhista. Estuda-los-emos, de propósito, sem sombras, para compreender melhor a elegância de suas linhas.

A figura 12 nos mostra uma ânfora, cujo volume dominante e suas asas estão inscritos num retângulo horizontal.

Depois de traçadas as diagonais no papel, para centralizar o desenho, poderão desenhar o retângulo citado. Para isso traçaremos uma linha vertical que passe pelo centro da folha, o qual é indicado pelo ponto de interseção das duas diagonais. Esta vertical nos servirá de eixo em torno do qual gira a ânfora, e permitir-nos-á desenhar com toda a correção os dois perfis do modelo, os quais, como é obvio, devem ser exatamente iguais entre si. Essa perfeição é indispensável, por tratar-se de um modelo de revolução, pois sua forma corpórea é obtida com o auxílio de um torno giratório.
A altura do retângulo cabe, assim, aproximadamente, uma vez e meia na largura do mesmo. Obtida esta medida com exatidão, passaremos a medir o espaço que há entre a linha superior do retângulo e a borda externa da boca da ânfora. Veremos que é igual á quarta parte da largura do retângulo. Acima da boca aparece a asa da parte posterior. Este espaço, adicionado á altura do gargalo e da boca, nos dá a medida da largura desta última, a cada um dos lados do eixo, ou seja, a metade da largura total. A boca é de um diâmetro muito maior que o do gargalo; este, na sua parte mais delgada, tem apenas uma largura que cabe três vezes e meia na horizontal do retângulo inicial. Com este sistema de referencias comparativas entre as diversas partes de um todo, prosseguiremos até completar o desenho do modelo, com o seu bojo, as asas, o pé dividido em várias moldurinhas etc.


Na figura 13 podemos apreciar outro tipo de Ânfora.

Apesar de ser um modelo na aparência mais difícil, ser-nos-á mais fácil desenhá-lo, sobretudo no começo, por estar encerrado num retângulo muito mais fácil de proporcionar. Com efeito, é um retângulo composto de dois quadrados. A linha vertical que - como exemplo anterior -traçamos perpendicularmente a ponto de cruzamento das duas diagonais será a da união dos dois quadrados e o eixo do modelo. Bastar-nos-á traçar a horizontal na metade da altura do retângulo, a qual deve coincidi com o ponto de cruzamento das diagonais e da vertical, para obter com exatidão a medida da altura do pé da ânfora, bem como a do seu bojo, e ainda o lugar de união destes dois setores do mesmo modelo. Basta-nos traçar a horizontal na metade da altura do retângulo, a qual deve coincidir com o ponto de cruzamento das diagonais e da vertical, para obter com exatidão a medida da altura do pé da ânfora, bem como a do seu bojo, e ainda o lugar de união destes dois setores do mesmo modelo. O diâmetro menor do pé cabe duas vezes e meia a sua altura, e a largura total da base é igual á terça parte da largura do retângulo.
Na parte superior da ânfora notamos dois setores de características bem diferentes; m, encerrado entre duas linhas retas horizontais, e o outro terminado em forma quase semicircular, o que traduz o fundo côncavo do modelo. A altura destes dois setores não é uma só, como a primeira é um pouco menor que a inferior, sendo a medida de sua altura igual ao espaço existente ao dois lados da boca, deste a borda desta até o ponto mais saliente das asas.

Embora pareça impossível, as ânforas das figuras 14 e 15 estão inscritas dentro de uma figura geométrica: um retângulo formado pela união de três quadrados iguais. Começaremos estudando a exemplo da ilustração 14.


A linha vertical traçada no centro do papel assinala a metade do quadrado central e é o eixo da ânfora. A largura total desse quadrado é igual á largura máxima da base. Esta, na sua altura total, corresponde á quarta parte da altura do retângulo em duas partes iguais nos indica o nascimento das asas, que quase atinge o ângulo superior em ambos os lados. Uma vez mais marcamos a quarta parte da altura do retângulo, mas agora na parte superior do mesmo. Com isto teremos estabelecido o lugar que ocupa a horizontal divisória dos dois espaços maiores do modelo que estamos estudando, assim como o nascimento das asas na sua parte superior. A distância entre a linha vertical do retângulo e o extremo da boca cabe aproximadamente cinco vezes no diâmetro desta.
Para desenhar a ânfora da figura 15 tomaremos o papel em sentido vertical. Traçadas as diagonais, marcamos, com o auxílio de uma linha vertical, a metade justa do papel.




Como nos exercícios anteriores, esta nos servirá não só pra a boa localização do modelo, como do eixo para o mesmo. Com a ajuda da linha horizontal que coincide com a união das outras linhas já traçadas, estaremos aptos a localizar perfeitamente o desenho, no que se refere á sua altura. Já dissemos que o modelo está inscrito num retângulo que tem as mesmas proporções do que foi apreciado no exercício anterior. Temo-lo agora em posição vertical. Podemos observar sem esforços que o quadrado da parte superior contém o gargalo, a boca e a asa, e que o seu lado inferior marca o limite do volume maior, ou seja, do corpo da ânfora. Este, no seu diâmetro, ocupa toda a largura do retângulo. A largura da base se pode comparar á distancia que vai da borda do gargalo donde sai à asa até o limite direito do retângulo, pois é o dobro desta medida. O gargalo, na sua maior espessura, é igual á metade da largura superior da boca, e na sua parte superior que é mais estreita, tem um tamanho equivalente á quarta parte do retângulo básico. Desta mesma maneira mediremos as proporções dos pormenores restantes. E assim teremos obtido o desenho correto de três tipos clássicos de ânforas.



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0012. Noções Para o Desenho do Natural

NOÇÕES PARA O DESENHO DO NATURAL.

Já está o leitor bem informado da grande utilidade da geometria como auxiliar no desenho de relevo em gesso. Adiante veremos como nos ajudam a desenhar cabeças em gesso, cabeças de modelos vivos, nus, ânforas, etc. Agora comprovaremos o eficaz auxílio que nos proporciona na reprodução, no papel, de elementos de botânica.

Muitas flores, folhas, etc., podem ser perfeitamente inscritas em figuras geométricas regulares. Temos um exemplo na folha de parreira, representado pela figura A da ilustração número 10. Sua forma não pode aproximar-se mais da do pentágono que encerra; e um cacho de uvas imita geralmente a forma de um triângulo. Também a folha da figueira tem a forma de um pentágono.






Outras vezes a figura geométrica é formada por várias folhas de um ramo ou galho; por exemplo, na roseira, em geral cada ramo compõe um triângulo, como se pode ver na figura B da ilustração referida. Certas variedades de roseiras têm suas pequenas folhas agrupadas em forma de pentágono (figura C).
As folhas de girassol parecem um triângulo (figura D), ao passo que a flor propriamente é um círculo perfeito, tanto no cálice como na corola.
A vistosa florífera anual chamada zínia ou flor-de-papel tem suas folhas encerradas num triângulo isósceles (figura E) e suas flores circulares, vistam de cima, formam um triângulo eqüilátero quando vistas de lado (figura F).
Se contemplarmos com atenção as flores de cana, que conhecemos vulgarmente pelo nome de cana-do-brejo, verificaremos que, vistas de perfil, forma, na sua altura total, um triângulo eqüilátero (figura G).

O Junquilho, essa pequenina flor de perfume tão penetrante, tem a forma de dois triângulos eqüiláteros superiores, e as três pétalas que integram um dos ditos triângulos são de conformações diferentes das que compõem o outro (figura H).
As folhas do nenúfar são círculos perfeitos, de cujo centro nasce o pecíolo (figura I).
Para desenhar um raminho de campis radicans (a trepadeira de vistosas flores alaranjadas ou vermelhadas em forma de corneta, que se apresentam agrupadas sob forma de racimos) traçaremos em retângulo (figura J), ao passo que para estudar um de seus pimpolhos desenharemos primeiramente um triângulo com base invertida (figura K) e, finalmente, para copiar a flor desabrochada, recorreremos também a um triangulo, mas de proporções diferentes, dada à amplitude de diâmetro da corola (figura L).
No desenho de frutos, raízes, árvores, é conveniente recorrer também á geometria, para resolver os problemas de construção das figuras.
Como é natural, nem todos os frutos, plantas, flores, folhas, etc., tem exatamente a forma de figuras geométricas regulares, mas a construção inicial das mesmas, com o auxílio de linhas geométricas, vem a ser um grande fator do bom êxito do desenho.





A figura 11 nos dá um exemplo dessa geometrização no estudo de uma haste de cana-do-brejo desenhada do natural.







No pequeno esboço que se vê a esquerda, procuramos demonstrar a geometrização inicial deste trabalho. O grupo formado pelas flores e pimpolhos ocupa uma superfície semelhante a um retângulo, um de cujos lados, prolongados, nos indica - aproximadamente - o limite superior, esquerdo da folha. A linha que, partindo do Ângulo superemos dedicar-nos ao estudo minucioso e detalhado do contorno de cada rebento, flor, etc.
Para atingirmos esse objetivo devemos aguçar a nossa observação com a finalidade de dar a cada elemento a característica que lhe é própria: linhas retas ou linhas onduladas; rigidez nos cálices, graça nas corolas, amplitude nas folhas, etc.
Fica assim suficientemente demonstrado que a proporção de qualquer modelo que nos é apresentado paro o desenho pode ser sempre resolvida de modo satisfatório, se forem observados rigorosamente os ensinamentos que acabamos de dar sobre a geometrização dos espaços.



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0011. Desenho de um Ramo de Louro com Modelo em Gesso

DESENHO DE UM RAMO DE LOURO COM MODELO EM GESSO.


A figura 7 representa um modelo cujas folhas de louro estão representadas sobre um plano de forma retangular, o que o distingue do modelo do limão - o da figura 1 - que foi feito sobre uma superfície quase quadrada, ou da flor-de-lis - figura 4 que se apresenta sobre um fundo circular. Na figura 7, já referida, pode-se notar que o conjunto das folhas de louro está quase totalmente inscrito numa figura geométrica muito simples, o losango, ou rombo. As linhas dos eixos do rombo servem para determinar a posição das folhas de louro e sua distribuição dentro do conjunto. Recordemos ainda uma vez que se deve partir do todo para as partes. Por isso, neste caso, uma vez desenhado as linhas do losango que encerra o conjunto das folhas, ditas figuras são subdivididas em outras menores, até chegar-se ao desenho das folhas soltas. Procedendo-se assim, pode-se ter a certeza da boa distribuição, sem correr o risco de ter que começar de novo o trabalho, apo terminá-lo. Esta é a grande vantagem desse método, que consiste em partir dos grupos maiores para os detalhes. De outro modo o mais provável é que o desenho resulte defeituoso.




A figura 8 indica uma nova etapa do desenho. Aqui - a exemplo dos modelos anteriores - já se apagaram as linhas auxiliares que servem para a construção do desenho. Isto faz com que vejamos depuradas as linhas do contorno de cada folha. Assinalam-se, além disso, as sombras mais importantes, correspondentes a esta fase do desenvolvimento de um desenho, não só as próprias como as projetadas.




Na figura 9 aparece o modelo completamente desenhado. Nele podemos apreciar o jogo harmônico das formas, cujos planos estão banhados pela luz, em alguns casos, e envoltos pelas sombras e meias-tintas, em outros.




As sombras que aparecem na figura 8 foram reforçadas; e, para evitar a separação violenta entre os planos de luz e os de sombra, distribuíram-se convenientemente as meias-tintas, estabelecendo-se a suave transição entre aqueles dois extremos.



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