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sábado, 14 de junho de 2008

0012. Noções Para o Desenho do Natural

NOÇÕES PARA O DESENHO DO NATURAL.

Já está o leitor bem informado da grande utilidade da geometria como auxiliar no desenho de relevo em gesso. Adiante veremos como nos ajudam a desenhar cabeças em gesso, cabeças de modelos vivos, nus, ânforas, etc. Agora comprovaremos o eficaz auxílio que nos proporciona na reprodução, no papel, de elementos de botânica.

Muitas flores, folhas, etc., podem ser perfeitamente inscritas em figuras geométricas regulares. Temos um exemplo na folha de parreira, representado pela figura A da ilustração número 10. Sua forma não pode aproximar-se mais da do pentágono que encerra; e um cacho de uvas imita geralmente a forma de um triângulo. Também a folha da figueira tem a forma de um pentágono.






Outras vezes a figura geométrica é formada por várias folhas de um ramo ou galho; por exemplo, na roseira, em geral cada ramo compõe um triângulo, como se pode ver na figura B da ilustração referida. Certas variedades de roseiras têm suas pequenas folhas agrupadas em forma de pentágono (figura C).
As folhas de girassol parecem um triângulo (figura D), ao passo que a flor propriamente é um círculo perfeito, tanto no cálice como na corola.
A vistosa florífera anual chamada zínia ou flor-de-papel tem suas folhas encerradas num triângulo isósceles (figura E) e suas flores circulares, vistam de cima, formam um triângulo eqüilátero quando vistas de lado (figura F).
Se contemplarmos com atenção as flores de cana, que conhecemos vulgarmente pelo nome de cana-do-brejo, verificaremos que, vistas de perfil, forma, na sua altura total, um triângulo eqüilátero (figura G).

O Junquilho, essa pequenina flor de perfume tão penetrante, tem a forma de dois triângulos eqüiláteros superiores, e as três pétalas que integram um dos ditos triângulos são de conformações diferentes das que compõem o outro (figura H).
As folhas do nenúfar são círculos perfeitos, de cujo centro nasce o pecíolo (figura I).
Para desenhar um raminho de campis radicans (a trepadeira de vistosas flores alaranjadas ou vermelhadas em forma de corneta, que se apresentam agrupadas sob forma de racimos) traçaremos em retângulo (figura J), ao passo que para estudar um de seus pimpolhos desenharemos primeiramente um triângulo com base invertida (figura K) e, finalmente, para copiar a flor desabrochada, recorreremos também a um triangulo, mas de proporções diferentes, dada à amplitude de diâmetro da corola (figura L).
No desenho de frutos, raízes, árvores, é conveniente recorrer também á geometria, para resolver os problemas de construção das figuras.
Como é natural, nem todos os frutos, plantas, flores, folhas, etc., tem exatamente a forma de figuras geométricas regulares, mas a construção inicial das mesmas, com o auxílio de linhas geométricas, vem a ser um grande fator do bom êxito do desenho.





A figura 11 nos dá um exemplo dessa geometrização no estudo de uma haste de cana-do-brejo desenhada do natural.







No pequeno esboço que se vê a esquerda, procuramos demonstrar a geometrização inicial deste trabalho. O grupo formado pelas flores e pimpolhos ocupa uma superfície semelhante a um retângulo, um de cujos lados, prolongados, nos indica - aproximadamente - o limite superior, esquerdo da folha. A linha que, partindo do Ângulo superemos dedicar-nos ao estudo minucioso e detalhado do contorno de cada rebento, flor, etc.
Para atingirmos esse objetivo devemos aguçar a nossa observação com a finalidade de dar a cada elemento a característica que lhe é própria: linhas retas ou linhas onduladas; rigidez nos cálices, graça nas corolas, amplitude nas folhas, etc.
Fica assim suficientemente demonstrado que a proporção de qualquer modelo que nos é apresentado paro o desenho pode ser sempre resolvida de modo satisfatório, se forem observados rigorosamente os ensinamentos que acabamos de dar sobre a geometrização dos espaços.



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