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domingo, 4 de maio de 2008

0001. O DESENHO AO ALCANCE DE TODOS

“O DESENHO AO ALCANCE DE TODOS”
Desenho de Figura.


O Moderno conceito de ensino do desenho proporciona ao homem atual verdadeiro prazer, pois envolve a afirmação de que qualquer pessoa pode exprimir suas idéias por meio do desenho, constituindo este, portanto, um excelente meio de expressão a que chamaram de linguagem gráfica.
“Linguagem Gráfica: Desenho visto como simples elemento que permite a todas as pessoas praticá-los com propriedades, realismo desenho de caráter comercial, científico, ilustrativo, documental, etc., especialidades estas que não requerem vocação especial”.
Isto se justifica perfeitamente, quando consideramos que o ser humano sempre se exprimiu por meio da linguagem oral ou da linguagem escrita, valendo-se para isso de sinais convencionais.
Em matéria de ensino do desenho, a moderna pedagogia permite orientar a criança ou adulto, sem distinção de idade, no manejo de instrumentos tais como lápis, pincéis, cores, etc., para desenhar a mão livre, isto é, sem apoio, e familiarizá-lo com a utilização de réguas, compassos, etc., para a feitura de desenhos a mão apoiada: letras, desenhos geométricos, fragmentos de arquitetura, etc., instrumentos estes que não devem ser usados no desenho de um ornato, de uma flor, ou mesmo da figura humana. Nestes casos, o mais importante é adestrar a mão ao mesmo tempo em que se educa a mente, recorrendo aos freqüentes exercícios de observação-como o requer sempre o desenho a mão livre.
“Esvaziar a mente de todos os pensamentos e preencher o vazio com um espírito maior do que si mesmo é estendê-la a um âmbito inacessível através dos processos convencionais da razão”.
Edward Hill.

“O desenvolvimento de um observador pode dar a uma pessoa considerável acesso á observação, de diferentes estada de identidade, e um observador externo pode, muitas vezes, inferir desenvolver muito bem a função de observador jamais pode notar as muitas transições de um estado de identidade para outro”.
Charles T. Tart.


“Na época em que a criança é capaz de desenhar algo mais que rabiscos, ou seja, por volta dos três ou quatro anos de idade, um conjunto de conhecimentos conceituais, já bem estabelecidos e formulados em termos verbais, domina sua memória e controla seu trabalho gráfico (...). Os desenhos são exposições gráficas de” processos essencialmente verbais passa a dominar, a criança abandona seus esforços gráficos e passa a depender quase inteiramente de palavras. A linguagem primeira estraga o desenho e, depois, engole-o completamente”.
Karl Buhler, 1930.

Inicialmente as crianças parecem ter um senso de composição que perfeito, que perdem durante a adolescência e só recuperam á custa de muito estudo. Acredito que o motivo para isto é que as crianças mais velhas concentram suas percepções em objetos separados, existentes num espaço indiferenciado, ao passo que as menores constroem um mundo conceitual estanque, limitado pelas margens do papel. Para as mais velhas, as margens do papel parecem quase inexistentes, uma vez que não existem margens no espaço real e aberto.
Designa-se por arte infantil o modo visual pelo qual as crianças exprimem suas atitudes mentais, a maneira pela qual traduzem em formas suas experiências, problemas ou eras anotações.
A arte infantil é um meio de comunicação entre a criança e o mundo que a cerca (a criança pinta ou desenha melhor do que escreve ou fala, até 7 ou 9 anos) e propicia à criança ao mesmo tempo uma via de escoamento emocional e uma fonte de prazer estético.
A arte infantil, que começou a despertar a atenção de psicólogos e educadores em fins do século passado, tem sido interpretada de diversas maneiras. Uma delas, surgida em inícios do século atual, aproximava o desenho infantil (que se assemelha em qualquer parte do mundo, a despeito da nacionalidade e do estágio cultural) do desenho do homem primitivo, e buscava provar que o indivíduo, no decurso de sua existência, repete, de certo modo, o desenvolvimento da Humanidade, desde o homem das cavernas ao homem da Renascença.
Por volta de 1920 a arte infantil conheceu ampla revalorização, pois nela viram as expressionistas umas das fontes em que se basearam para exprimir as emoções puras e diretas, despidas de qualquer sofisticação oriunda do aprendizado ou da tradição. Presente, encara-se a arte infantil como auxiliar precioso na elucidação dos fatos e das circunstâncias relacionados com o desenvolvimento da criança. Por conseguinte, a investigação perdeu muito do caráter especulativo e filosófico dos primeiros tempos, para ganhar em objetividade e funcionalidade da educação.
Exemplo notável dessa aplicação didática da arte infantil é o que se apresenta, entre nós, com a Escolinha de Arte do Brasil, idealizada e fundada pelo desenhista Augusto Rodrigues, e que mereceu os mais calorosos elogios de Herbert Read. A escolinha não pretende de nenhum modo formar pequenos artistas, mas tão somente cidadãos psicologicamente equilibrados e socialmente integrados.


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