Na realidade, as primeiras lições de desenho são idênticas em todas as especialidades. Vale dizer que tanto o estudante de belas-artes como o simples desenhista amador se iniciará de igual modo, fazendo os seus primeiros estudos com modelos muito simples, de gesso, que lhes permitam, ao mesmo tempo, o adestramento da mão, cuja lentidão requer certo tempo para obedecer á mente e as observações fundamentais para o prosseguimento da aprendizagem.
Para desenhar em os objetos vistos ou imaginados é preciso adestra a mão, exercitar o olho e cultivar a mente, tudo ao mesmo tempo.
O primeiro cuidado do desenhista, ao iniciar um desenho, deve ser a margem e a centralização do modelo no papel. Traçam-se para isso duas linhas diagonais e uma linha vertical e horizontal no papel e assim localizadas o centro do mesmo, procede-se á distribuição harmônica das diversas partes do modelo, ou composição. Devemos convir que a boa apresentação do modelo é imprescindível, pois é sabido que um bom desenho, sendo mal apresentado perde parte de seu valor.
Além disso, deve-se observar que o objeto a representar tem as suas características próprias, que se exprimem por meio de forma e da cor.
A forma é invariável; mas a cor varia, porque é resultado da luz, que ao se decompor sobre as formas dos objetos lhes imprime tons diferentes, variáveis conforme as horas.
“O desenho não é fotografia. A pessoa que está desenhando edita, enfatiza (ou minimiza), quer consciente quer inconsciente, mas acaba modificando, ainda que minimamente, vários aspectos do elemento tema. São costumeiros as criticas que os alunos fazem das suas próprias obras por não serem reproduções exatas, mas as escolhas subconscientes que ocorrem durante o ato de desenhar são parte da expressividade do desenho”.
Betty Edwards. (Autora do livro Desenhando com o lado direito do cérebro).
O artista e professor Robert Henri deu um recado implacável aos seus alunos:
“Quem costuma desenhar sem prestar atenção ás proporções acaba se acostumando a ver distorções e perde a capacidade crítica. Quem vive na miséria acaba se habituando a ela”. (The art spirit, 1923).
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