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domingo, 8 de junho de 2008

MUDANÇAS NO PODER, TRANSFORMAÇÕES NA ARTE.

MUDANÇAS NO PODER, TRANSFORMAÇÕES NA ARTE.

Mas não é apenas a rebeldia dos jovens e a necessidade das novas gerações de criar suas próprias formas de expressão que levam á modificação dos padrões estéticos. A arte retrata o seu tempo, por isso as modificações na sociedade levam a grandes transformações nos padrões artísticos. Guerras, revoluções, alternâncias significativas no poder político resultam em nova linha na produção artística.
Na época das grandes monarquias européias era comum, por exemplo, que um estilo de arquitetura e arte fosse associado ao imperador que escolhia e patrocinava os artistas, com encomendas de monumentos, edifícios públicos e pinturas históricas. Alguns desses estilos ficaram conhecidos pelo nome de soberano, como o elisabetano na Inglaterra, o manoelino em Portugal e o Luís XIV na França. A sucessão de soberanos refletia-se portanto na renovação dos estilos.
Em épocas mais modernas percebemos a preocupação dos governos, principalmente os mais autoritários, em estimular certo tipo de produção artística. O nazismo na Alemanha caracterizou-se por uma arquitetura grandiosa e pesada, utilizada em quase todos os edifícios públicos, numa possível associação ao poder e à força com que os nazistas procuraram dominar a Europa.
No Brasil, no século XIX, D. João VI foi responsável por grandes modificações na arte e na cultura. Contratou artista francês que constituíram a chamada missão francesa, cuja chegada ao Rio de Janeiro ocorreu em 1816. Aqui organizou a Academia Imperial de Belas-Artes onde, como professores, promoveram a substituição do Barroco colonial pelo Neoclassicismo, vigente na Europa. Essa reforma cultural pretendia colocar o Brasil em compasso com a Europa e substituir o estilo artístico desenvolvido pela Igreja Católica durante o século XVIII. Como outros monarcas europeus, D. João VI queria que a arquitetura, a pintura e a música tivessem os seus selo.
Mas não foi o nosso monarca o único governante a influenciar os rumos das artes no Brasil. Getúlio Vargas, durante o tempo em que foi presidente da República, e em especial no Estado Novo, procurou promover as artes e a cultura, tentando dar-lhes sempre um cunho nacionalista. Foi o grande incentivador de Heitor Villa-Lobos e até mesmo de Candido Portinari. Juscelino Kubitschek, por sua vez, na década de 1960, promoveu a arte modernista que consagrou no mundo todo os nomes de Oscar Niemayer e Lúcio Costa, seus projetistas.


OUTRAS CAUSAS DE TRANSFORMAÇÃO ESTÉTICA

Se for verdade que conflitos entre gerações e mudanças políticas provocam transformações nas artes, existem ainda outros fatores que resultam em renovações artísticas. Os inventos tecnológicos têm tido profundas conseqüências no fazer artístico. A simples descoberta da tinta as óleo, no Renascimento, modificou completamente a função e as técnicas da pintura. Se antes ela era feita apenas em murais, através de uma técnica chamada têmpera, com a tinta a óleo os artistas passaram a pintar as telas, suportes mais resistentes e que podiam decorar as residências. Assim, a pintura sobre tela não só era tecnicamente diferente como facilitou indiscutivelmente a organização do mercado de arte. Os amantes das artes podiam agora adquirir obras de que gostassem e não admira-las em locais públicos como os castelos e as catedrais.
A influência das descobertas tecnológicas tornou-se mais expressiva na arte contemporânea com o advento das máquinas fotográficas, das filmadoras e de outros meios de expressão e comunicação, como veremos detidamente mais adiante.



O CANSAÇO DOS ETILOS E O PAPEL DAS VANGUARDAS
Se a dinâmica da arte depende de fatos da vida social que, aparentemente, nada têm as ver com a arte, o que se dirá das causas internas ao próprio processo artístico?
Gombrich, em seu livro Arte e ilusão, mostra cokmo as formas artísticas consagradas passam a ser tão divulgadas que acabam perdendo seu poder de encantamento, surgindo daí, inevitavelmente, a necessidade de renovação. Nós podemos ver isso na música, por exemplo. Diante de uma nova composição sentimos certo estranhamento. Sua repetição constante, entretanto, vai desenvolvendo nossa capacidade de apreciá-la, até o momento em que, já fazendo parte de nosso repertório, acaba deixando de nos emocionar fortemente. É hora de renovação, de entrarmos em contato com nova forma musical.
Fatores internos ou externos à prática artística promovem a constante atualizações dos modelos, estilos, temas e princípios artísticos, num processo de transformação permanente. Os artistas criadores de propostas inovadoras são os grandes responsáveis pela renovação estéticas. São por isso chamados de vanguarda, termo que designa, nas forças Armadas, aqueles que vão na dianteira. O reconhecimento do papel pioneiro eles e os artistas consagrados, fez com que esse termo passasse a designar aqueles que estão à frente dos movimentos culturais.



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