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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo

Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo

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Fachada do Centro Cultural do Liceu de Artes e Ofícios.O Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (LAOSP) é uma sociedade civil brasileira de direito privado, cujas principais atividades se dão no âmbito do ensino profissional. A instituição também atua na produção industrial e cultural.

Atualmente, o Liceu de Artes e Ofícios se desdobra em três organismos diferentes: a LAO-Indústria (resultado do desmembramento da atividade produtiva da escola, especializada na fabricação de hidrômetros, medidores de gás e materiais para a construção civil, atua também como mantenedora das atividades educacionais do Liceu); a Escola Técnica do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (responsável pela atividade-fim do LAOSP, oferecendo cursos técnicos de nível médio, ensino médio e cursos livres relacionados à área de tecnologia) e o Centro Cultural (responsável pela promoção das artes em geral e da preservação da memória da própria instituição).


História
A instituição foi criada em 1873 por um grupo de aristocratas pertencentes à elite cafeeira nacional que pretendia formar mão-de-obra especializada para uma futura possível industrialização do país, de acordo com os ideais positivistas que pregavam a "dignificação do homem através do trabalho".

Inicialmente adotou-se o nome "Sociedade Propagadora da Instrução Popular". Não se pretendia nos primeiros anos promover educação profissional: lecionavam-se cursos noturnos de Primeiras Letras e Aritmética, entre outros, para adultos e crianças. Desde essa época, porém, já existia um Conselho Superior (presidido pelo Conselheiro Leôncio de Carvalho) que representava a elite paulista do período.

Passados sete anos, o Conselho Superior decidiu pela total reformulação da instituição e sua efetiva transformação em uma escola. Esta ainda não possuía sede nem diretrizes curriculares e o modelo adotados para a nova instiuição seriam as experiências européias dos Liceus de Artes e Ofícios (as Arts & Crafts Schools idealizadas por William Morris). O movimento das Arts & Crafts (artes e ofícios) já ocorria na Europa há algum tempo e pregava a valorização do trabalho manual do artesão na indústria capitalista.

Com a adoção do nome Lyceu de Artes e Officios, o novo modelo passa a ser exercido e são ministrados cursos de marcenaria, serralheria, gesso, desenho, entre outros, dentro do espírito positivista-burguês das Artes e Ofícios.

A partir de 1890, assume a direção do Liceu o arquiteto Francisco Paula Ramos de Azevedo, responsável por uma nova reforma curricular e admistrativa da escola que a faria prosperar de modo inédito.

Ramos de Azevedo também foi um dos fundadores da Escola Politécnica da futura Universidade de São Paulo e trouxe da Bélgica um espírito empreendedor que ía de encontro aos interesses do Conselho Superior. A partir de sua reforma, os alunos do Liceu (aprendizes) passaríam a receber financeiramente pela obra que produziam. Esta obra levaria a marca de qualidade do Liceu estampada e seria vendida por todo o País. Com este modelo, o LAOSP tornou-se auto-suficiente e indepentende.


O edifício da Pinacoteca de São Paulo originalmente foi construído para abrigar o Liceu de Artes, além do acervo artístico do Estado, embora a escola tenha se mantido por um curto período aí.A prosperidade financeira do Liceu possibilitou a criação de uma sede definitiva. Em 1897 o Escritório Técnico Ramos de Azevedo iniciou o projeto do edifício da Praça da Luz, nunca concluído mas entregue em 1900. Este edifício, através de um acordo com o Estado de São Paulo, seria dividido entre o LAOSP e a recém criada Pinacoteca do Estado.

A produção industrial do Liceu prosperou nitidamente nos períodos de Guerras Mundiais, com o aumento do consumo de itens produzidos no país (devido à redução de importações).

Neste período, passaram pelo Liceu nomes como Victor Brecheret; Alberto Santos Dumont; Adoniran Barbosa. O Liceu se torna o principal divulgador e realizador de obras em estilo Art nouveau da cidade (e do país).

A partir dos anos 50, com a adoção pelo país de um novo modelo de desenvolvimento industrial, os artesãos do Liceu passaram a ser inadequados para as novas atividades de produção. Ocorreu a separação entre a atividade industrial da instituição e sua seção educacional: todo o ideal original de indissociabilidade entre arte e indústria se perdeu a partir daí.

São frutos dessa nova fase industrial: execução das esquadrias do MASP; execução de parte do mobiliário do Aeroporto Internacional de Cumbica; produção dos caixas-automáticos 24 Horas; entre outros.

Na década de 80 foi fundado o Centro Cultural do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, estreando o espetáculo multimídia Multivisão.

Nos anos 70 ocorre uma nova reforma curricular e institui-se a Escola Técnica. Seus primeiros cursos envolvem Edificações (EDI), Máquinas e Motores (transformado em Mecânica - MEC - posteriormente), Decoração, Eletrônica (ELO) e mais tarde Desenho de Construção Civil (DCC) e Eletrotécnica. Quatro destes cursos (EDI, ELO, MEC e DCC) compuseram o núcleo pedagógico da escola e sobreviveram até 2002 (data da formatura de suas últimas turmas).

Ao longo da história, o Liceu pautou-se por um grupo de princípios de atuação de uma forma geral ligados ao ensino gratuito, à formação profissional e humanística. Recentemente, porém, através de reformas na Escola levadas a cabo pela LAO-Indústria, instituiu-se um modelo de ensino pago e a total separação entre a formação profissional e o ensino básico.

Obras com a marca Liceu
A lista seguinte reúne edifícios e monumentos em que existem registros da atuação do Liceu, seja em sua construção, seja em seus materiais.

Pinacoteca do Estado - ornamentos moldados pelos aprendizes do Liceu.
Teatro Municipal de São Paulo - lustre monumental no saguão produzido nas oficinas do Liceu.
Palácio das Indústrias de São Paulo - pára-raios feito pelo Liceu.
Estação Júlio Prestes - esquadrias executadas pelo Liceu.
Monumento a Duque de Caxias - moldado no Liceu.
Monumento a Ramos de Azevedo - moldado no Liceu, sob orientação de Galileo Emendabili.
Monumento às Bandeiras - moldado no Liceu, sob orientação de Victor Brecheret.
[editar] Ver também
Ensino
Ensino profissional
Artes e ofícios
Art nouveau
fundamental
[editar] Ligações externas
LAO-Indústria
Liceu de Artes e Ofícios - Escola Técnica
Associação de ex-alunos
[editar] Referências bibliográficas
GORDINHO, Margarida Cintra (org.). Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo - Missão excelência. São Paulo: Editora Marca d'Água, 2000. 119p. il. ISBN 85-85118-30-X.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Liceu_de_Artes_e_Of%C3%ADcios_de_S%C3%A3o_Paulo#Ver_tamb.C3.A9m



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