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domingo, 25 de maio de 2008

0019. Como Devem Ser Tratados Os Fundos

COMO DEVEM SER TRATADOS OS FUNDOS


Rembrandt Titus sentado à secretária, o/t, 77x63 cm


É comum verem-se desenhos nos quais o respectivo autor revela o mais completo desinteresse pelos fundos. Consideramos isso um erro de concepção porque o fundo de um quadro é parte integrante dele. O mesmo acontece com relação ao desenho a que se deve acrescentar a sombra projetada, a fim de obter a profundidade necessária e causar a sensação do volume do modelo. Isto contribui para dar a idéia da terceira dimensão. Trabalhamos sobre uma superfície plana, e devemos procurar o efeito do volume e profundidade do modelo, isto é, devemos representar não só as medidas de comprimento e altura dos corpos, mas também a sua espessura.
Em certos casos, desenhistas inexperientes encher toda a superfície do papel de um só tom de carvão, antes de começar o desenho, para em seguida irem obtendo os planos de luz e as meias-tintas, e afinal reforçarem as sombras mais intensas.
É verdadeiramente absurda tal invenção do sistema do desenho: em primeiro lugar, porque prepararmos para trabalhar uma superfície de papel totalmente cansada: além de que, ao tentar obter as luzes com o esfuminho que substitui bem o miolo de pão, de tal modo se empastam os tons, que o papel fica parecendo sujo; ao contrário, se para desenhar procedendo a sujo: ao contrário, se para desenhar procedemos da maneira indicada, adquire o desenho outra qualidade, e provoca sensação de uma obra mais espontânea, pela delicadeza de sua realização. Acresce que, seguindo a boa orientação indicada, vai o desenhista adquirindo maior firmeza no traço, enriquecendo maior firmeza no traço, e enriquecendo, simultaneamente, os seus dotes de observação pessoal.
Sempre haverá tempo para dar o tom do fundo depois de concluído o desenho do modelo.
Só assim se consegue um trabalho de aspecto genuinamente agradável
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