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sábado, 7 de junho de 2008

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A ESTÉTICA CLÁSSICA E OUTRAS ESTÉTICAS

Quais seriam então os critérios da crítica especializada na Grécia? Já dissemos que entre os gregos predominam critérios que foram depois chamados de clássicos, ou modelares. Dizemos modelares porque serviram de base para a arte da Europa Moderna. Entre esses princípios clássicos estavam:
· A representação idealizada da realidade, ou seja, a arte procurando mostrar como a realidade deveria ser, estimulando os homens a se aproximarem desse ideal.
· A busca de formas de representação que se assemelhassem, na sua aparência,l ao mundo à nossa volta, princípio conhecido por verossimilhança, isto é, a tentativa de se reproduzir a aparência do mundo.
· A expressão de um esforço racional de criação da obra expresso, por exemplo, em princípios como simetria, proporcionalidade e equilíbrio.
· A transmissão de mensagens de conteúdo público e filosófico, o que garantia à obra sua função social e moral. Para isso os temas eram extraídos dos mitos e da história política da Grécia e exaltavam os deuses e os heróis.
· A valorização e engrandecimento do homem e sua integração em uma ordem cósmica universal, como objetivo primordial da arte.
· Esses critérios constitutivos da estética grega, propriamente dita, estavam presentes em todas as manifestações artísticas: no teatro, na arquitetura e na música.

Muito diferente foi a estética medieval, desenvolvida sob a marcante presença da Igreja na Europa e de suas preocupações religiosas. Ao contrário do classicismo greco-latino, predominantemente racional e humanista, a crítica elege como função principal da arte a transcendência da natureza. De acordo com essa visão, desenvolveram-se os seguintes princípios:
· A obra de arte deveria servir para que o homem se desligasse de sua condição humana, procurando elevar seu espírito e chegar a Deus.
· A obra tinha por função expressar a pequenez do homem e da vida terrena e, ao mesmo tempo, a grandiosidade da vida celeste e da graça divina.
· Uma manifestação artística era tanto mais bela quanto mais permitisse ao homem desligar-se da natureza através de uma emoção essencialmente mística. Em razão disso, a música e a arquitetura foram consideradas as atividades artísticas mais nobres da chamada arte gótica.
· Por tratar de questões ligadas aos mistérios da fé, a arte medieval abria mão da verossimilhança e da proporcionalidade, tão apreciada entre os gregos. A grandeza espiritual, religiosa e mística é que deveria servir como fonte de inspiração ao artista e não a aparência do mundo terreno.


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