COMPOSIÇÃO DE UM MODELO DE NU COM O AUXÍLIO DE CORPOS GEOMÉTRICOS
Achamos bastante conveniente a colocação de um corpo geométrico qualquer ao lado do modelo vivo. Isso é de grande utilidade, pois acostuma o estudante a trabalhar tendo sempre em vista as formas invariáveis dos corpos geométricos e as infinitas variações das diversas partes do corpo humano.
Igualmente contribuem os prismas, cubos, etc., com a sua perspectiva, para dar a idéia da terceira dimensão. Mas tem uma função mais importante: ajudam a compor um conjunto.
OUTRO EXEMPLO DE DESENHO DE UM NU COM MODELO VIVO
Na fase inicial deste desenho de um nu com modelo vivo apresentamos a figura 33.

Nela estudamos as leis gerais que regem a apresentação de qualquer pose. Bem compreendidos os princípios estabelecidos sobre esse ponto, estaremos em condições excelentes para realizar inúmeros trabalhos, com a certeza de que a apresentação das diversas poses será satisfatória. Cabe recordar, neste passo, o poderoso auxílio que representam, quanto a esse aspecto do desenho as linhas auxiliares construtivas, que atendem ás necessidades de cada pose.
No tocante á apresentação de um nu procuramos apreciar distintas fazes da operação. Por isso indicamos expressamente como proceder para apresentar bem um desenho de nu, valendo-nos para isso de uma pose da figura humana em pé e de outra na qual o modelo aparece sentado, como se vê na figura 34.
O desenho mostra-nos uma composição plástica interessante: os elementos que integram são dois prismas de madeira superpostos em escada. Ditos prismas servem, o mais alto, de assento, e o outro, colocado sob aquele, de apoio para os pés do modelo, o que permite variar a posição dos membros inferiores. Recordaremos que na realização do desenho anterior foi-nos de suma utilidade o auxílio da geometria. Traçamos as linhas verticais, horizontais, obliquas, etc., que vão indicando a verdadeira direção de todas as partes que compõem o corpo humano. Faremos o mesmo no caso presente. E assim ficará concluída a primeira fase do desenho; essas linhas, como já dissemos, serve-nos de guia no desenho exato de qualquer pose.
Em primeiro lugar, temos na parte inferior desse conjunto o plano muito amplo oferecido por uma grande caixa de madeira, sobre o qual o modelo, apóia o pé direito. Esta grande superfície horizontal se distingue dos planos verticais, em número de dois, que fazem ângulo e servem de fundo ao conjunto, por meio das linhas daquele, que se distingue em baixo, á esquerda, inclinando, dando-nos, pela sua perspectiva, a idéia de sua colocação e ao mesmo tempo o efeito da terceira dimensão, e a horizontal que corre paralela á borda do papel, de mostrando assim que o plano vertical está exatamente em frente ao desenhista.
Da perfeita situação desses três planos depende em grande parte o bom resultado do desenho, pois eles nos são de grande utilidade para situar o modelo, máximo neste caso em que estando ele sentado, apóia as costas num deles.
Antes de começar a desenhar um modelo, devemos observá-lo atentamente durante longo tempo. Ao será tempo perdido; ao contrário. Compenetrar-nos-emos assim de suas principais características, de maneira que, quando começamos a reproduzi-lo no papel uma idéia geral.
Isso não acontece se, á medida que vamos desenhando, estudamos pedacinho por pedacinho, detalhe por detalhe.
Esse estudo preliminar aplicado ao modelo presente nos permitirá descobrir que o todo está compreendido, aproximadamente, dentro de uma figura geométrica: um retângulo. Vejamos agora que proporções têm essa figura: se sua base é maior que sua altura, ou vice-versa. Na realidade, podemos comprovar que a largura da base, tomada deste o vértice, esquerdo do prisma inferior até as pontas do pé direito, esta compreendida quase duas vezes na altura completa do modelo, tomada esta deste o vértice do prisma que temos em primeiro plano até a parte superior da cabeça.
Esses retângulos, básicos para a execução do desenho podem traçá-lo na medida que mais nos agrada, para o efeito final do trabalho; o importante é que mantenha relação com a proporção do modelo que vamos copiar, pois tão correto pode ser um desenho em tamanho natural quanto reduzido á metade, á quarta parte, ou a qualquer outra medida, sempre que, por exemplo, o comprimento das pernas esteja em proporção ao torso, aos braços, etc., e que não venham às mãos a ficarem maiores do que a cabeça, os braços desproporcionados, etc. Todos estes erros se evitam, pois, estabelecendo no começo as proporções gerais da largura e altura totais, e encerrando o conjunto, como o fizemos anteriormente no caso dos gessos, dentro de figuras geométricas.
É natural que, conforme seja o tamanho da figura geométrica, seja também diferente o espaço de papel que fique em branco. Por isto, ao decidir sobre o tamanho da figura dentro da qual vamos efetuar o desenho, devemos ter o cuidado de colocá-la harmoniosamente na folha. Isto o fará ou por meio de diagonais - como já explicamos em quase todos os trabalhos anteriores ou simplesmente deixando na parte baixa do papel um espaço um pouco maior do que o que ficará na parte superior do mesmo, acima da cabeça. Quanto á colocação em relação á largura da folha, o mais conveniente será situar a figura no centro, calculando os pontos mais salientes e as massas mais importantes do conjunto. Neste caso, por exemplo, como toda a massa dominante se encontra na metade esquerda do conjunto, não colocaremos o triângulo mais á direita. Isto faz com que o espaço do papel em branco restante, diante do rosto, não seja demasiado, o que é um modo de dar força e interesse á cabeça. O pé direito - apesar de estar compreendido dentro do triangulo isósceles que forma o conjunto - sai fora do bloco mais compacto constituído pelo corpo humano e os sólidos geométricos, por esta razão não o consideramos mais do que um apêndice dentro do conjunto total, mesmo porque o seu pequeno volume não se pode comparar com a massa de grandes proporções do tronco. O fato de a distância restante entre ele é a borda do papel ser menor que o espaço que vai da aresta vertical esquerda do prisma até o outro extremo da folha, não prejudica, ao contrário, favorece o conjunto. Assim se obterão o perfeito equilíbrio de todos os espaços.
DIVISÃO GEOMÉTRICA DO MESMO CONJUNTO
Como já dissemos, a base desse retângulo está compreendida, quase duas vezes a altura total do mesmo. Traçamos dentro dele um eixo vertical, e com uma linha horizontal dividiremos sua altura em dois setores perfeitamente iguais. Verificaremos destarte que a linha primeira traçado passa por cima do dedo polegar da mão esquerda do modelo, que segura o pulso direito; prolongando-se para baixo, tangencia o calcanhar esquerdo, correndo paralelamente ás arestas verticais dos dois prismas.
A outra linha - a horizontal - passa pelo bordo inferior da mão e, aproximadamente, pela metade da altura do joelho esquerdo do modelo, que está flexionado, além disso, na parte posterior, marca a metade da pélvis.
Desta subdivisão do retângulo resultam quatro retângulos menores iguais entre si. Três deles estão quase completamente ocupados pelo modelo. Ser-nos-á de muito proveito subdividi-los, tal como fizemos com o retângulo maior.
A linha média vertical de retângulo superior esquerdo nos dá a perfeita colocação da orelha, e passando pelo ombro, serve-nos de linha auxiliar ou construtiva, para controlar a inclinação do braço; esta linha coincide também com o cotovelo do braço direito do modelo.
A linha horizontal com que delimitamos os dois espaços iguais deste retângulo se encontra á altura exata da impressão deltóide.
O retângulo inferior esquerdo, dividido na mesma maneira, permite-nos comprovar que a aresta vertical direita se encontra a muito pouca distância da linha central, passando a horizontal a uma terça parte da altura do prisma superior sobre que está sentado o modelo.
O retângulo direito superior não tem necessidade de subdividi-lo, pois apenas á alcançado em um dos seus ângulos pela mão esquerda do modelo e por uma pequena parte de sua coxa esquerda.
Em compensação, no retângulo inferior direito a subdivisão nos será muito útil: o eixo vertical nos serve para encontrar a colocação do joelho e do maléolo externo do perônio. A horizontal nos será também muito eficaz: por meio dela situaremos o calcanhar do pé-esquerdo e a parte inferior da barriga e da perna direita.
A outra linha - a horizontal - passa pelo bordo inferior da mão e, aproximadamente, pela metade da altura do joelho esquerdo do modelo, que está flexionado, além disso, na parte posterior, marca a metade da pélvis.
Desta subdivisão do retângulo resultam quatro retângulos menores iguais entre si. Três deles estão quase completamente ocupados pelo modelo. Ser-nos-á de muito proveito subdividi-los, tal como fizemos com o retângulo maior.
A linha média vertical de retângulo superior esquerdo nos dá a perfeita colocação da orelha, e passando pelo ombro, serve-nos de linha auxiliar ou construtiva, para controlar a inclinação do braço; esta linha coincide também com o cotovelo do braço direito do modelo.
A linha horizontal com que delimitamos os dois espaços iguais deste retângulo se encontra á altura exata da impressão deltóide.
O retângulo inferior esquerdo, dividido na mesma maneira, permite-nos comprovar que a aresta vertical direita se encontra a muito pouca distância da linha central, passando a horizontal a uma terça parte da altura do prisma superior sobre que está sentado o modelo.
O retângulo direito superior não tem necessidade de subdividi-lo, pois apenas á alcançado em um dos seus ângulos pela mão esquerda do modelo e por uma pequena parte de sua coxa esquerda.
Em compensação, no retângulo inferior direito a subdivisão nos será muito útil: o eixo vertical nos serve para encontrar a colocação do joelho e do maléolo externo do perônio. A horizontal nos será também muito eficaz: por meio dela situaremos o calcanhar do pé-esquerdo e a parte inferior da barriga e da perna direita.
Link para essa postagem
Nenhum comentário:
Postar um comentário