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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

0057. PINTURA OCIDENTAL

PINTURA OCIDENTAL

Os mais antigos exemplos de pintura remontam ao período que se estendem 30.000 e 10.000 a.C. testemunhos da cultura paleolítica acham-se distribuído numa vasta zona que, partindo da Dordonha, chega ao N. da África, localizando-se os mais famosos depósitos nas regiões rupestres de Altamira, na Espanha, e Lascaux, em França. As pinturas representam em sua maior parte animais - renas, mamutes e bisões, por vezes em tamanho normais e retratados com grande realismo. As cores, de origem mineral, limitavam-se a poucas tonalidades; amarelo-ocre, vermelho-ocre e negro eram as mais comuns. Sobre a natureza de tais pinturas são numerosas as teorias, presumindo-se, porém que estivessem ligadas de algum modo à cerimônia propiciatória e a praticas mágicas.
No Egito, a pintura é praticada desde o terceiro milênio a.C., concebida como arte eminentemente mágica: um retrato adquiria vidas próprias, independentes da do retratado. Por sua vez as cores obedeciam a um sistema simbólico que pouco variaria no decurso dos anos.Assim, a mulher jovem deveria ser pintada em amarelo pálido, o homem poderoso em marrom, etc. As mais notáveis pinturas egípcias são as que decoravam as câmaras mortuárias, e recriavam com grande riqueza cromática cenas da vida do extinto. Pinturas de cavalete e murais gregas perderam-se, e o que delas hoje subsiste são copias romana, além das meras descrições literárias. Pode-se, todavia, ter, da pintura grega, uma idéia muito precisa, graças à decoração pintada dos numerosos exemplares cerâmicos que nos restam. O ideal dessa pintura era a representação fiel da natureza, o que não significa, porém que a pintura grega fosse realista, no sentido hoje emprestado ao vocábulo.
A pintura romana imita a grega, mas se prende ao mais estreito realismo - realismo a que virá dar cabo o Cristianismo, responsável pelo aparecimento de um tipo de pintura de cunho simbólico, e pela preponderância de um meio expressivo típico - o mosaico - sobretudo em Bizâncio. Ao mesmo que, em Bizâncio, o mosaico atinge o seu nível máximo, são aperfeiçoadas em diversas cidades da Europa as técnicas do afresco e da iluminura, transformando-se o primeiro no meio expressivo natural na Itália do séc. XIII, enquanto o segundo, praticado principalmente entre os monges, vai encontrar seu máximo esplendor, a partir já do séc. VII, na Irlanda, França, Inglaterra e Alemanha.
Em fins do séc. XIII aos ideais da Antiguidade Clássica, que nunca haviam desaparecido de todo da Itália, voltam a seduzir artistas como Giotto,

Giocatori di polo, olio su tela, cm 140x130, 1933


Fra Angelico, A - Coroação da Virgem (1435-circa).

Masaccio, Fra Angélico e outros. Tais pintores preparam o caminho do Renascimento, do qual foram os maiores representantes Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio e Michelangelo Buonarroti. Nos países Baixos, pela mesma época pouco mais ou menos, Jan van Eyck começa a difundir uma nova técnica, a pintura a óleo, capaz de substituir com vantagens todos os meios expressivos até então empregados. Os sucessores de Van Eyck - Van der Weyden, Van der Góes, Dirk Bouts, entre outros -, pintores religiosos, caracterizam-se por um realismo patético. Em fins do séc. XV

LEONARDO DA VINCI                      Rafael Sanzio
                               LITTA                        dispute at the Eucharist
                                                                           JAN VAN EYK                         MICHELANGELO BUONARROTI
                                                                     Casamento de Arnolfini, ISAÍAS.



outro holandês Jheronimus Bosch, cria visões fantásticas de pesadelos e cenas infernais, até certo ponto anunciando os surrealistas do séc. XX. Pieter Bruegel começa como seguidor de Bosch, para logo se firmar como o grande vulto do Renascimento nos Países Baixos.

AUTO RETRATO PIETER BRUEGEL

RUBENS, PETER PAUL (1577-1640).

Após Bruegel, a pintura flamenga produziria Rubens, mestre do Barroco e professor de Van Dyck, o qual, emigrado para a Inglaterra, teria sobre a pintura inglesa considerável influência. Ruisdael, Van Goyen, Frans Hals, Jan Steen e Vermeer são os grandes mestres holandeses do séc. XVII, e diferem em essência de seus contemporâneos flamengos, por serem mais circunspectos e recatados. Nenhum, contudo, superou em recolhimento e expressividade a Rembrandt, gravador insuperável à água-forte, e autor de notáveis retratos e de auto-retratos.

SIR ANTHONY VAN DYCK, - 1599-1641. Pintor framengo. n. em Antuérpia, Bélg


A pintura germânica começa a ganhar prestígio com a figura extraordinária de Albrecht Dürer, também gravador.

ADÃO E EVA, ALBRECHT 1471-1528 ALEMÃO.

Famosos pintores alemães foram ainda Lucas Cranach, Mathias Grünewald Holbein e Altdorfer. Outra notável escola de pintura desenvolve-se na Espanha, a partir do séc. XV, com Berruguete, Gallego, Barmejo, Morales, todos mais ou menos sentindo o influxo da pintura flamenga. É, contudo a partir de El Grego, místico e ardente, e de Velásquez, aristocratas e requintados, que a pintura espanhola irá erguer-se a Altíssimo nível, produzindo logo em seguida artistas como Zurbarán, Murillo, Ribera e, sobretudo Goya, considerado o último dos grandes mestres e o primeiro pintor moderno.

EL GREGO

Jean Fouquet é o primeiro grande nome da pintura francesa, que pintores como Georges de La Tour, os Lê Nain e os Clouet representariam nos séculos seguintes. Watteau, Boucher e Fragonard surgem no período do rococó, de que são para muitos os produtos mais típicos.
Os mais ilustres pintores ingleses são Hogarth, crítico dos costumes de seu tempo, e os retratistas Reynolds e Gainsborough.

SIR JOSHUA REYNOLDS - 1723-1792. Pintor ing. n. em Plympton Earll

Com Turner o amor à natureza, já presente em pintores como Poussin e Lorrain, franceses que trabalham na Itália, traduzir-se-á em paisagens, sobretudo marinhas, que apontam aquele pintor inglês como um dos precursores do Impressionismo. Paisagista famoso foi também Constable, que influenciou os pintores franceses da chamada Escola de Barbizon como Rousseau, Daubigny, Dupré, Corot é, de certo modo, o elemento de ligação entre a Escola de Barbizon e o grupo impressionista em formação. Em seu tempo, porém, o estilo oficialmente favorecido é ainda o Neoclassicismo de David e do sucessor desse, Inglês, Delacroix, reagindo contra o Neoclassicismo, degenerado então em ideal puramente acadêmico, inaugura a Escola Romântica, à qual sucederá o Realismo, com Manet, que seria depois um dos líderes do Impressionismo.

JOSEPH MALLORD WILLIAM TURNER - 1775-1851. Pintor ing., considerado precursor do Impressionismo e do Abstracionismo


Jongkind e Boudin são os legítimos precursores do Impressionismo, cuja preocupação era captar os efeitos fugidios das luzes, águas e cores. Mas o chefe incontestável da tendência seria Monet, antigo discípulo de Boudin, cujo quadro “Impressão: Sol Nascente” (1872) daria inclusive nome ao movimento.

Claude Monet

Outros impressionistas foram Renoir, Sisley, Pissarro, Guillaumin, Morisot e, em certo momento, Degas e Cézanne.


Pierre Auguste Renoir
TWO GIRLS AT THE PIANO

Seurat, reagindo contra o impressionista, cria o Pontilhismo, ou Neo-Impressionismo. Cézanne, Gauguin e Van Gogh, ligados ao Impressionismo ou ao Neo-Impressionismo, mas em verdade artistas independentes, são os três grandes profetas da pintura de nosso tempo: direta ou indiretamente, todas as atuais tendências pictóricas ligam-se a um desses artistas.

PAUL CÉZANNE - pos impressionismo





Vincent Van Gogh - Estrada Silvestre

A partir de inícios do séc. XX sucedem-se rapidamente uns aos outros diversos estilos

Henri Matisse

pictóricos: O Fauvisme de Matisse, Marquet, Derain e Vlaminck, o Cubismo de Picasso, Gris, Braque; o Expressionismo germânico de Nolde, Marc, Kokoschka; o Surrealismode Ernst, Dali; o Futurismo, espécie de Cubismo italiano de Boccioni, Russolo, Cará; mais recentemente o Action Painting de Pollock, o Informalismo de Wols, o Tachismo de Fautrier, o Neofigurativismo, etc. Instante de grande importância na história da pintura ocidental é aquele que gerou a primeira pintura não-representativa ou imitativa, realizada por Kandinski em fins da primeira década do séc. XX.


Wassily Kandinski
Composição

De então por diante abriu-se vasto campo a toda uma série de artistas, pelo mundo inteiro, e mesmo os que continuam praticando a pintura de cunho figurativo não desconhecem, hoje, que a finalidade

Paplo Ruizy Picasso
“Música”

da pintura não é reproduzir, e sim interpretar ou recriar as formas encontradas no mundo objetivo.

                                                       Geoges Braque                   Salvador Dalli.
                                                       “AS DOZE TRIBOS DE ISRAEL”



Enciclopédia Barsa
Editor William Benton.
Volume 16 páginas 88 á 91
Título Pintura Ocidental


“Vivemos graças ao caráter superficial de nosso intelecto, em uma ilusão perpétua. Para viver necessitamos da arte a cada momento, nossos olhos nos retêm formas, se nós mesmo educarmos gradualmente esse olho, veremos também reinar em nós uma força artística, uma força estética”. Nietzsche


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