Somos Arte

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Desenhando com o lado direito

Desenhando com o lado direito

Você pode ser um artista e não estar sabendo disso

Uma vez, comprei um livro chamado Desenhando com o Lado Direito do Cérebro, de Betty Edwards, e tive resultados surpreendentes e até fantásticos, considerando os desenhos que eu fazia. Antes, eu desenhava no estilo "abstrato", como este:



Após executar os exercícios iniciais do livro, fiz as seguintes ilustrações, por observação:



O que a autora descobriu foi que desenhar é muito mais uma questão de percepção do que de habilidade motora, mais especificamente de saber ver. Para desenhar, é preciso olhar para o que se está desenhando não no nível simbólico e interpretativo, mas no nível de forma, linhas e relações entre esses elementos. Como estamos muito acostumados a ficar no nível simbólico, ela sugere alguns "truques" para facilitar. Um é desenhar os espaços negativos, ou seja, o que não é, os espaços vazios entre o que é. Os espaços negativos da sua mão são os vãos entre os dedos (veja uma aplicação dessa percepção em Lazer: Ache os perfis).

Outro truque interessante é colocar o que estamos desenhando de cabeça para baixo, o que desorganiza as relações que estamos acostumados a perceber, como, no caso de rostos, cabelos sobre olhos sobre nariz sobre boca, abrindo caminho para a percepção das linhas e formas. Veja por si mesmo, olhando para as duas imagens abaixo. Note na segunda, em particular, as sombras.


Teve algo mais interessante ainda. Após algum tempo se dedicando, o desenhista entra em um estado diferente, atemporal, no qual ele pode passar horas e não perceber, o chamado estado alfa, que a autora diz que é quando o lado direito do cérebro domina. Eu tive a oportunidade de experimentar essa mudança de estado, e foi realmente algo fora do comum, uma energia muito boa circulando pelo corpo. Mais não posso dizer, porque não saberia como. Tem coisas que só experimentando para saber.

Virgílio Vasconcelos Vilela


“Vivemos graças ao caráter superficial de nosso intelecto, em uma ilusão perpétua. Para viver necessitamos da arte a cada momento, nossos olhos nos retêm formas, se nós mesmo educarmos gradualmente esse olho, veremos também reinar em nós uma força artística, uma força estética”. Nietzsche



Link para essa postagem


Nenhum comentário:

trabalhos