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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Fogo atinge prédio do Liceu, sem alvará há 20 anos

Fogo atinge prédio do Liceu, sem alvará há 20 anos

Segundo os bombeiros, escola chegou a apresentar projeto, mas não solicitou vistoria; parte do centenário acervo foi danificada

05 de fevereiro de 2014 | 2h 04

LAURA MAIA DE CASTRO , EDISON VEIGA - O Estado de S.Paulo
Atingido por um incêndio na madrugada de ontem, o prédio do Liceu de Artes e Ofícios de 
São Paulo, na Luz, região central da cidade, está com o Auto de Vistoria do Corpo de 
Bombeiros vencido há 20 anos. Segundo a corporação, em 2012 a escola até apresentou um
novo projeto técnico, que foi aprovado pelos bombeiros, porém a nova vistoria não foi 
solicitada.
O incêndio, considerado de grandes proporções, atingiu o centro cultural do Liceu pouco 
antes da 1h. Ninguém se feriu, mas parte do acervo da centenária instituição criada em 1873 
foi danificada. "Não era nenhuma obra de arte original, mas 28 réplicas de esculturas 
clássicas, de gesso, que foram importadas da Europa no início do século 20, além de 
fotografias do passado do Liceu e mobiliário, que vamos conseguir restaurar com a ajuda de 
especialistas", afirmou o presidente da instituição, Lívio de Vivo, em entrevista à Rádio 
Estadão. Na época, essas réplicas eram utilizadas como modelos para os alunos aprenderem
 a esculpir.
Vinte e uma viaturas dos bombeiros foram deslocadas para o local e, até as 7h, homens 
trabalhavam no rescaldo. Em nota, a administração do Liceu frisou que só o centro cultural, 
um prédio anexo erguido nos anos 1980, foi atingido pelas chamas.
Entretanto, o coordenador da Defesa Civil de São Paulo, Jair Paca de Lima, disse que, além 
do centro, um mezanino e duas salas de aula foram afetados. "Diferentemente do restante, 
as salas do colégio foram pouco afetadas. Apenas um pouco do teto e da lateral", disse Lima.
As aulas estão suspensas e só serão retomadas na próxima segunda-feira, segundo o Liceu. 
Para fins de fiscalização, entretanto, todo o complexo - e não só o centro cultural afetado 
pelo incêndio, está sem autorização dos bombeiros. 
Conforme a Secretaria Municipal de Habitação, o local não precisa de alvará de 
funcionamento, mas de Auto de Verificação de Segurança (AVS). O órgão informou que o 
processo de regularização da edificação, entretanto, ainda está em andamento na Prefeitura.
Investigação. As causas do incêndio ainda são desconhecidas, mas a hipótese mais 
provável é de curto-circuito. "O vigia da noite disse que a fumaça começou em um lugar 
onde havia uma lâmpada acesa", afirmou Lívio de Vivo.
De acordo com o delegado titular do 12.º DP (Pari), Eder Pereira da Silva, a informação 
inicial é de que vigias perceberam um princípio de incêndio por causa de um curto-circuito 
e tentaram combatê-lo com um extintor, sem sucesso. "Vamos aguardar o resultado da 
perícia realizada hoje à tarde (ontem). Marquei também para ouvir os dois funcionários que 
estavam fazendo a segurança."   Segundo o autônomo Milton César, de 32 anos, que viu o 
incêndio da varanda de casa, o fogo começou no mezanino. "Acredito que foi para a direita 
por causa do vento. Foi tudo muito rápido", disse.
Em nota, a instituição afirmou que o Liceu está dentro do tempo para acionar o Corpo de 
Bombeiros para novas vistorias, uma vez que o projeto foi protocolado em novembro de 
2012, aprovado pela corporação, e executado durante todo o ano passado.
Leia na íntegra a resposta do Liceu:
Em 2012, o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo apresentou um projeto no Corpo de 
Bombeiros de adequação e o projeto foi aprovado (número 22 22 /12 PT) e protocolado em 29 de novembro de 2012.
O ano de 2013 foi o ano de execução de tal projeto, que incluía expansão de algumas salas 
de aula e área de quadras poliesportivas. Este projeto acabou no final de 2013.
No presente momento, o Liceu está dentro do tempo para acionar o Corpo de Bombeiros 
para novas vistorias, confirmando o que foi executado para receber o AVCB (Atestado de 
Vistoria do Corpo de Bombeiros).
Cabe esclarecer que, em momento nenhum, durante o tempo de execução do projeto, a 
escola deixou de ter os equipamentos básicos de segurança, tais como extintores, hidrantes e 
luzes de emergência em funcionamento. / COLABOROU FELIPE TAU



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