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domingo, 8 de junho de 2008

O Surgimento da Arte Social

O SURGIMENTO DA ARTE SOCIAL

Assim, se a descoberta do poder da arte permitiu que se resgatasse sua respeitabilidade perante a comunidade científica, por outro lado revelou de forma inovadora seu papel político e ideológico. Surge então a arte social ou engajada, aquela que, consciente de seu papel persuasivo, coloca-se a serviço de uma determinada ideologia política. Não se trata mais do simples reconhecimento dos vínculos existentes entre poder e arte – aos quais nos referimos ao mostrarmos a forma como monarcas e presidentes de seu papel político, cujas opções estéticas ocorrem em função dos objetivos políticos.
O socialismo foi à teoria política que mais se deteve na análise da função da arte. Os socialistas acreditavam que a verdadeira arte é aquela que trabalha para a conscientização política e a mobilização do povo para a luta revolucionária, através da denúncia dos conflitos sociais e do incitamento ao inconformismo.
De acordo com esses princípios, nos países em que a revolução socialista se tornou vitoriosa, a arte se viu atrelada ás propostas políticas do partido comunista, num trabalho explícito de divulgação dos seus ideais,
Na ex-União Soviética só era incentivada a arte realista, facilmente compreendida pelo público, e através dela se exaltava o povo em seu trabalho diário e produtivo.
Só mais tarde os socialistas reconheceram que o poder revolucionário da arte não está num determinado estilo ou temática, mas na sua capacidade de livre-expressão que, por ter origem nos sentimentos mais íntimos do ser humano, é sempre contestadora e libertária. Por outro lado, diversos estudos mostraram que mesmo a arte encomendada por monarcas permitiu, inúmeras vezes, uma atitude denunciadora e de contestação permitiu, inúmeras vezes, uma atitude denunciadora e de contestação. Pintores como Velázquez e Goya, encarregados pela corte espanhola da pintura dos retratos reais, conseguiram imprimir em suas obras os aspectos negativos que julgavam próprios do poder. Alguns críticos dizem até que o tom esverdeado das pinturas de Velázquez tende a se pronunciar com o tempo, resultando em imagens cada vez mais dramáticas.


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